Dentre os estados brasileiros, Mato Grosso deve ser um dos menos impactados pelo aumento de 50% nas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos nacionais, segundo César Miranda, secretário de Desenvolvimento Econômico. Apenas 1,5% das exportações do estado têm destino norte-americano.
Produtos como madeira, ouro e subprodutos da carne serão mais afetados, mas a carne bovina, por exemplo, destina apenas 7% de sua produção aos EUA. Miranda destacou que os principais parceiros comerciais do estado são países da Ásia e do Oriente Médio, e a retirada da vacinação contra febre aftosa abre portas para mercados exigentes, como Japão, Coreia e União Europeia.
De janeiro a junho de 2025, o saldo da balança comercial do estado atingiu US$ 14,6 bilhões, representando 45% das exportações brasileiras no período.
Mato Grosso é líder na produção nacional de soja, milho, algodão, etanol de milho, gergelim e possui o maior rebanho bovino do país, mantendo práticas sustentáveis e preservando 60% de seu território com rigorosa legislação ambiental.
Entre as iniciativas, Miranda citou o projeto de rastreabilidade completa da carne, combate ao desmatamento e às queimadas ilegais. A busca por novos mercados é prioridade, e em 2025 três novos destinos, incluindo o México, receberam carne mato-grossense, totalizando 77 destinos internacionais.
Para fortalecer a estratégia, o estado lançou a Invest Mato Grosso, agência de promoção comercial e atração de investimentos administrada pela iniciativa privada. Além disso, há incentivo à industrialização das commodities, com 40% do milho processado localmente e avanço na implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres, com acesso estratégico pelo Rio Paraguai.
Miranda concluiu que, diante do cenário global marcado por tarifas e mudanças comerciais, é essencial manter clientes tradicionais, conquistar novos mercados e mostrar que Mato Grosso produz com responsabilidade ambiental e qualidade reconhecida.
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Fonte: cenariomt