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ViolĂȘncia contra defensores: 55 mortos no Brasil em dois anos

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Pelo menos 55 defensores de direitos humanos foram assassinados no Brasil entre 2023 e 2024, segundo o estudo “Na Linha de Frente”, divulgado por Justiça Global e Terra de Direitos. No mesmo perĂ­odo, foram registrados 96 atentados, 175 ameaças e 120 casos de criminalização, totalizando 486 episĂłdios de violĂȘncia.

O coordenador da Terra de Direitos, Darci Frigo, afirmou que a violĂȘncia persiste mesmo com açÔes do Executivo federal, ressaltando que forças polĂ­ticas locais utilizam tanto a criminalização via JudiciĂĄrio quanto agressĂ”es fĂ­sicas para barrar avanços. Um caso emblemĂĄtico foi o assassinato de Maria Bernadete PacĂ­fico, lĂ­der quilombola na Bahia.

Apesar da queda no nĂșmero total de ocorrĂȘncias em 2024, a frequĂȘncia segue alarmante: um ato violento a cada 36 horas. O levantamento mostra que 80,9% dos casos atingiram defensores ambientais e territoriais, responsĂĄveis tambĂ©m por 87% dos assassinatos. Policiais militares foram acusados em 45 ocorrĂȘncias, incluindo cinco mortes, e armas de fogo estiveram presentes em 78,2% dos crimes.

Entre as vĂ­timas, 78% eram homens cisgĂȘneros, 36,4% eram negros e 34,5% indĂ­genas. Foram identificadas 12 mulheres assassinadas, duas delas trans. O ParĂĄ, sede da COP30 em novembro, lidera o ranking nacional, com 103 casos em dois anos — 94% relacionados Ă  defesa ambiental e territorial.

Para Sandra Carvalho, da Justiça Global, Ă© necessĂĄrio fortalecer a polĂ­tica de proteção com um sistema nacional, alĂ©m de avançar nas investigaçÔes e puniçÔes para reduzir a impunidade. As organizaçÔes defendem articulação entre poderes e o cumprimento integral do Acordo de EscazĂș, que garante proteção a defensores ambientais na AmĂ©rica Latina e no Caribe.

Fonte: cenariomt

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