Com capacidade para produzir 540 milhões de litros de etanol por ano e gerar 935 mil toneladas de DDG (grãos secos com solúveis), coproduto destinado à nutrição animal, a unidade tem previsão de entrega para 2026. O projeto reforça a posição do estado como centro estratégico da bioenergia no país.
Nova planta fortalece agroindústria e mercado de biocombustíveis
O movimento da FS está alinhado à política nacional do Combustível do Futuro, que prevê a elevação gradual da mistura do etanol à gasolina para 35%. A decisão de investimento foi impulsionada pela elevação da mistura obrigatória para 30%, já em vigor, o que amplia a demanda interna por etanol e garante previsibilidade para o setor.
Atualmente, a FS já opera três usinas no estado — localizadas em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste — e conta com terrenos reservados para outras duas futuras plantas em Nova Mutum e Querência, além da recém-anunciada em Campo Novo do Parecis.
Reorganização financeira permitiu retomada do plano de expansão
Nos últimos dois anos, a FS enfrentou uma fase de margens apertadas e alta alavancagem financeira, pressionada pelo aumento do custo do milho — principal matéria-prima da produção. Com a recente queda no preço do grão e a recuperação do valor do etanol no mercado, a companhia voltou a respirar com folga.
Segundo o balanço encerrado em março de 2025, a relação entre dívida líquida e Ebitda caiu de 6,3 para 2,5 vezes. No mesmo período, o Ebitda quase triplicou, chegando a R$ 2,7 bilhões, com margem operacional de 25%. A receita líquida da empresa alcançou quase R$ 11 bilhões, o que representou um crescimento de 32% frente ao ano anterior.
Produção de etanol de milho cresce com sustentabilidade e verticalização
A produção de etanol a partir do milho é uma das apostas mais sustentáveis do setor bioenergético brasileiro. Além de garantir alto valor agregado à cadeia do cereal, o modelo viabiliza a verticalização da produção agropecuária com geração de coprodutos como DDG e óleo vegetal, além de fomentar empregos e arrecadação local.
A nova planta da FS também deve incorporar tecnologia de cogeração de energia e soluções em economia circular, com reaproveitamento de resíduos e redução de emissões, seguindo o modelo já implantado nas demais unidades da companhia.
Mato Grosso se consolida como polo da bioenergia no Brasil
Com clima favorável, infraestrutura em expansão e ampla oferta de milho, Mato Grosso se tornou referência nacional em etanol de milho. Além de suprir o mercado interno, o estado é estratégico para atender a regiões consumidoras como Sudeste e Nordeste, além de potencial exportação via corredores logísticos e portos do Arco Norte.
A ampliação da FS fortalece a posição de Campo Novo do Parecis e da região oeste do estado como epicentro de inovação e bioeconomia no agronegócio brasileiro.
Conclusão: um novo ciclo para o etanol e a economia regional
O anúncio da nova usina da FS representa mais que um investimento bilionário — marca a retomada da confiança no futuro da bioenergia e o fortalecimento da industrialização no campo. A planta vai gerar empregos, valorizar a produção de milho e contribuir para a diversificação energética do Brasil.
Com foco em eficiência, sustentabilidade e escala, a FS segue liderando a transformação do setor e consolidando o protagonismo de Mato Grosso na nova matriz energética do país.
Fonte: cenariomt