Ele está em praticamente todas as cozinhas, mas poucas pessoas conhecem a fundo a versatilidade do vinagre.
Muito além do tempero para saladas ou conservas, esse líquido ácido é resultado da fermentação de diversos alimentos — como maçã, vinho, arroz e até malte — e cada variação traz consigo uma combinação de sabor, aroma e função específica.
Selecionamos os cinco tipos de vinagres mais usados no Brasil e a melhor forma de usá-los no dia a dia.
Vinagre de Álcool: o baratinho multiuso
Talvez o mais comum nas prateleiras dos supermercados, o vinagre de álcool é feito a partir da fermentação acética do álcool etílico, geralmente proveniente da cana-de-açúcar. Incolor, com acidez em torno de 4% a 6%, é conhecido por seu cheiro forte e ação poderosa como desinfetante natural.
Na cozinha, é amplamente utilizado em receitas de conservas caseiras, molhos e para higienizar frutas e vegetais. Fora da gastronomia, ganhou fama como alternativa natural aos produtos de limpeza convencionais: pode ser usado para limpar vidros, eliminar odores, tirar mofo e desinfetar superfícies, tudo com segurança e sem resíduos tóxicos.
Vinagre de Vinho Tinto: intensidade para carnes e molhos
Esse vinagre é resultado da fermentação de vinhos tintos, o que garante um sabor mais encorpado, acidez mais pronunciada e coloração avermelhada. Originário da tradição europeia, especialmente francesa e italiana, é um queridinho dos chefs por trazer profundidade aos pratos.
Ele é ideal para temperar carnes vermelhas, realçar molhos como o vinagrete e dar um toque ácido e aromático a legumes assados ou marinados. Em saladas, funciona bem quando combinado com azeites mais robustos, como o de oliva extravirgem.
Vinagre de Maçã: o natural da saúde e da leveza
Conhecido pelo aspecto âmbar e sabor suave, o vinagre de maçã é produzido a partir da fermentação alcoólica e acética do suco de maçã. Rico em compostos bioativos, é apontado por estudos como potencial aliado no controle da glicemia, na digestão e até no combate ao colesterol — embora as evidências científicas ainda sejam moderadas e exijam mais pesquisas robustas.
Muito utilizado por quem busca hábitos saudáveis, esse tipo de vinagre costuma ser consumido diluído em água em jejum, adicionado a shots matinais com limão e gengibre ou até como coadjuvante em dietas. Na culinária, combina perfeitamente com saladas leves, legumes cozidos no vapor e molhos suaves, realçando o sabor sem agredir o paladar.
Vinagre de Arroz: a base da cozinha oriental
De origem asiática, o vinagre de arroz é feito a partir da fermentação do arroz e se destaca por sua acidez mais baixa e sabor levemente adocicado. Muito comum na culinária japonesa, chinesa e coreana, ele é indispensável na preparação do arroz de sushi — onde é misturado com açúcar e sal para dar o equilíbrio ideal ao grão.
É também usado em molhos agridoces, marinadas para peixes delicados, molhos para saladas orientais e conserva de legumes como pepino e cenoura. Por ser mais sutil que os outros vinagres, não sobrecarrega o paladar e permite realçar os sabores dos demais ingredientes.
Vinagre Balsâmico: sofisticação na mesa
Considerado um dos vinagres mais nobres, o balsâmico é originário da região de Modena, na Itália. É produzido a partir do mosto de uvas cozido e fermentado, depois envelhecido em barris de madeira por vários anos, o que lhe confere uma coloração escura, textura mais densa e sabor agridoce intenso.
É usado principalmente para finalização de pratos: saladas com queijos finos, frutas como morango e figo, carnes grelhadas e até sobremesas ganham um toque gourmet com algumas gotas de balsâmico. Há também versões reduzidas, mais espessas, perfeitas para decoração e intensificação de sabor. O vinagre balsâmico é um exemplo de como um ingrediente pode ser simples e sofisticado ao mesmo tempo.
Sabor e funcionalidade
Escolher o tipo certo de vinagre não é apenas uma questão de gosto, mas sim de técnica culinária. Cada um traz uma proposta de sabor, intensidade e aplicação distinta. Incorporar diferentes vinagres no dia a dia é uma maneira de enriquecer receitas, valorizar ingredientes e até cuidar da saúde com mais consciência.
O vinagre, ao contrário do que muitos pensam, não é só um complemento: é um protagonista discreto, mas essencial, em diversas cozinhas ao redor do mundo.
Fonte: primeirapagina
