MATO GROSSO SINOP

Advogado sob investigação por lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico de drogas: entenda o caso

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Um advogado criminalista de Sinop, identificado como Roberto Luis de Oliveira, é suspeito de integrar um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas investigado pela Polícia Civil na Operação Heresia. A ação, deflagrada nesta quarta-feira (16), revelou que ele movimentou aproximadamente R$ 1,1 milhão em apenas sete meses, apesar de declarar uma renda mensal de R$ 7 mil.

As investigações apontam que Roberto recebia depósitos de empresas com indícios de serem controladas por laranjas e usadas como fachada pelo Comando Vermelho. Uma das fontes dos depósitos seria o município de Alta Floresta, de onde partiram valores para contas ligadas ao advogado.

O mandado foi cumprido em um condomínio de luxo em Mato Grosso. Segundo decisão judicial, sua esposa, Fernanda de Mattos Valério de Oliveira, também está entre os alvos. Ela é apontada como responsável por empresas usadas para justificar movimentações financeiras incompatíveis com a atividade declarada.

As empresas citadas, Fisiomed e Fisiomed Sinop, serviam de fachada para esconder a origem do dinheiro. A quebra do sigilo bancário revelou transações que ultrapassam R$ 4,2 milhões em créditos e débitos, evidenciando o uso de contas como instrumento de lavagem. Quase 78% dos depósitos vinham de pessoas não identificadas.

Roberto também realizou movimentações suspeitas, como depósitos próprios, fracionamento de valores e saques em terminais de autoatendimento. Ele efetuou mais de mil TEDs e DOCs, além de resgates rápidos de aplicações financeiras — práticas típicas de ocultação de origem ilícita.

Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) mostraram que entre fevereiro e agosto de 2021, o advogado movimentou R$ 855 mil, valor incompatível com sua renda. Transações foram registradas com dezenas de pessoas físicas e empresas ligadas ao tráfico.

Fernanda recebeu, em sua conta pessoal, R$ 30,8 mil, além de repasses diretos às empresas vinculadas a ela, somando cerca de R$ 885 mil. Os relatórios indicam que o casal fazia parte de um sofisticado sistema de contabilidade do tráfico, com núcleos jurídico, financeiro e operacional bem definidos.

Além dos mandados de prisão e busca, a Justiça determinou bloqueio de contas até R$ 2 milhões por alvo, sequestro de bens, suspensão de atividades empresariais e lacração de estabelecimentos, como o de Cuiabá, que operava sem qualquer controle fiscal.

Em Sinop, veículos e joias foram apreendidos. Em Alta Floresta, um casal foi preso em flagrante com porções de cocaína. As ordens foram expedidas por diferentes juízos, com atuação do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) e apoio do Gaeco-MT.

Fonte: cenariomt

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