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Setor madeireiro de Mato Grosso em alerta com novas barreiras comerciais dos EUA

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O setor de base florestal de Mato Grosso acendeu o sinal de alerta com a possibilidade de que os Estados Unidos voltem a aplicar tarifas sobre os produtos de madeira brasileiros. A medida, caso confirmada, pode trazer prejuízos expressivos para uma das cadeias produtivas mais importantes do estado, especialmente nas regiões norte e noroeste.

Exportações em risco: contratos suspensos e prejuízos no horizonte

De acordo com dados do Observatório da Indústria, apenas nos primeiros meses de 2025, as indústrias madeireiras de Mato Grosso exportaram aproximadamente US$ 8,3 milhões em produtos para os EUA, o que corresponde a 11,8% do total exportado pelo setor no estado.

Esse mercado representa uma das principais fontes de renda para municípios como Alta Floresta, Sinop, Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes e Juína, onde a madeira legal é um dos pilares da economia local, gerando empregos e arrecadação fiscal.

Entretanto, segundo relatos de empresários, diversos contratos já foram cancelados, produtos estão retidos em portos e há indústrias que suspenderam a produção, temendo prejuízos maiores.

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Setor pede ação diplomática imediata

Empresários e lideranças do setor estão pedindo uma resposta diplomática urgente por parte do governo brasileiro. A principal crítica é em relação à instabilidade nas relações comerciais com os Estados Unidos, agravada pelas disputas políticas e pela falta de previsibilidade nas regras do jogo.

“O setor precisa de estabilidade, não de conflito. Enquanto governos disputam protagonismo, milhares de empregos estão em jogo no interior do Brasil”, diz um representante do setor.

A expectativa é que haja intervenção do Ministério das Relações Exteriores e das pastas ligadas ao desenvolvimento industrial e ao comércio exterior, com foco em preservar acordos comerciais e garantir segurança jurídica às empresas exportadoras.

Impacto direto na economia do interior mato-grossense

O setor madeireiro é vital para dezenas de municípios de Mato Grosso, em especial no norte do estado. Muitas dessas cidades têm na madeira sua principal atividade econômica, com milhares de famílias diretamente ligadas às serrarias, transportadoras e atividades florestais.

Com a ameaça de taxação, o risco é de quebra em cadeia, afetando desde o pequeno produtor até grandes indústrias, sem falar na arrecadação municipal e nos serviços públicos sustentados por esse capital.

Sustentabilidade e legalidade em defesa do setor

As indústrias florestais de Mato Grosso ressaltam que atuam dentro da legalidade, com projetos manejados, licenciados e auditados por órgãos ambientais. O setor defende que a imagem do Brasil como fornecedor confiável de madeira deve ser preservada e fortalecida.

A sustentabilidade ambiental e o uso consciente das florestas nativas fazem parte do discurso do setor, que também aposta em certificações internacionais e rastreabilidade para ampliar a confiança do mercado externo.

O que esperar dos próximos passos?

Enquanto aguarda uma resposta do governo federal, o setor segue pressionado, e a tensão nas cidades produtoras aumenta. Líderes regionais e entidades representativas esperam que o Brasil adote uma postura firme, mas equilibrada, para retomar o diálogo com os EUA e evitar perdas maiores.

Nos bastidores, há mobilização para pressionar Brasília e garantir que a cadeia florestal não seja sacrificada em disputas diplomáticas.

Para Mato Grosso, o momento é de vigilância e estratégia. A madeira nativa, se manejada de forma sustentável e valorizada como ativo verde, pode continuar sendo um símbolo de desenvolvimento responsável para o estado.

Fonte: cenariomt

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