A Câmara Setorial Temática (CST) “Relação entre a Consciência e os Valores Humanos com a Agricultura Familiar”, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), realizou sua segunda reunião nesta segunda-feira (23). O encontro reuniu representantes de instituições e especialistas para discutir ações, políticas públicas e os desafios do setor de agricultura familiar no estado.
O presidente da CST, José Lacerda Esteves de Lacerda Filho, iniciou a reunião destacando a importância da colaboração entre diferentes setores para fortalecer a agricultura familiar. “Estamos tentando desmistificar a ideia de que a agricultura familiar caminha sozinha.Ela depende, sim, da atuação conjunta da Empaer, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), e dos governos estadual, municipal e federal. É uma cadeia que precisa estar integrada, pois 70% dos alimentos que chegam à mesa vêm da agricultura familiar. Essa é uma construção coletiva, que precisa ser feita com consciência e valores humanos”, afirmou.
Leny Rosa Filho, superintendente federal do Mapa em Mato Grosso, apresentou as principais políticas do Ministério da Agricultura e Pecuária voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar. Ele indicou que há uma atenção crescente a esse segmento, que historicamente recebia menos foco em comparação com o agronegócio.
Entre os programas do Mapa discutidos na reunião da CST, estão o Solo Vivo, que busca recuperar áreas degradadas e promover a produção sustentável, com um investimento de R$ 42,8 milhões para mil famílias em dez municípios de Mato Grosso. O Proner (Programa Nacional de Recuperação e Expansão de Estradas Vicinais) também foi mencionado, visando melhorar a logística de escoamento da produção rural, além de parcerias com a Embrapa Baixada Cuiabana e o projeto Piscicultura Mais Vida.
“Estamos aqui hoje para apresentar os programas do Ministério da Agricultura e mostrar que a agricultura familiar é, sim, uma prioridade. Nosso papel é esclarecer como os produtores podem acessar esses programas e fortalecer suas atividades”, destacou Leny.
Suelme Evangelista Fernandes, diretor-presidente da Empaer, reforçou a necessidade de desconstruir a visão de que os órgãos públicos não apoiam a agricultura familiar.
“Há uma narrativa equivocada de que há uma ordem do governo para não apoiar a agricultura familiar, e isso não é verdade. Precisamos desconstruir essa imagem. A agricultura familiar depende da integração com a Empaer, o Mapa e outros órgãos. É uma cadeia que precisa estar conectada, olhando um para o outro, com consciência e colaboração”, pontuou Suelme. Ele também enfatizou a importância de combater a associação indevida de produtores a práticas ilegais.
A próxima reunião da CST, agendada para 14 de julho, contará com representantes da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), que abordarão os benefícios da agricultura familiar, como a redução do êxodo rural.
Fonte: cenariomt