A indústria criativa brasileira movimentou R$ 393,3 bilhões em 2023, representando 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O setor mostrou crescimento em relação a 2022, quando sua participação no PIB era de 3,21%.
Esse mercado inclui áreas como publicidade, marketing, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento, moda, arquitetura, design, audiovisual, música e artes. Está dividido em quatro grandes segmentos: consumo (publicidade, marketing, arquitetura, design e moda), tecnologia (P&D, biotecnologia e TIC), mídia (editorial e audiovisual) e cultura (expressões culturais, patrimônio, artes, música e artes cênicas).
O escritor e editor Cesar Bravo é um exemplo desse setor. Aos 47 anos, ele deixou a carreira de farmacêutico bioquímico há cerca de cinco anos para viver exclusivamente de seus livros. “Sou muito grato e feliz por conseguir viver do que eu gosto”, relata. Ele tem seis livros publicados e trabalha para uma grande editora.
O levantamento da Firjan revela que São Paulo (5,3%) e Rio de Janeiro (5,2%) lideram na participação da indústria criativa no PIB estadual. O Distrito Federal aparece com 4,9%, seguido de Santa Catarina, com 4,2%. Por outro lado, Maranhão (0,6%), Tocantins (0,7%), Rondônia, Acre e Alagoas (0,9% cada) estão entre os menores índices.
Em 2023, o setor empregava 1,26 milhão de pessoas. As maiores concentrações de vagas estavam em publicidade e marketing (348 mil), pesquisa e desenvolvimento (212 mil), tecnologia da informação e comunicação (209 mil), arquitetura (116 mil) e design (105 mil). Na mídia e cultura, os destaques foram o mercado editorial (52 mil), expressões culturais (47 mil) e audiovisual (45 mil).
O crescimento do emprego na indústria criativa foi de 6,1% em 2023, o dobro da média nacional (3,6%). As profissões com maior crescimento foram analista de e-commerce (224,9%), profissional de mídias digitais (74,3%), produtor cultural (39,3%) e apresentador de eventos (36,6%).
“Isso mostra como o trabalhador criativo agrega valor não apenas nas empresas do setor, mas também em diversos outros segmentos da economia”, explica Júlia Zardo, coordenadora da pesquisa.
Ela também destaca que a expectativa é de expansão contínua, impulsionada por políticas públicas, como a Lei Paulo Gustavo, que descentralizou recursos e fortaleceu atividades culturais após a pandemia.
Fonte: cenariomt