Um relatório recente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) colocou Mato Grosso em destaque negativo, mostrando que o estado está entre os dez com mais conflitos por terra registrados no ano de 2024. Foram contabilizadas 102 ocorrências, o que fez o estado ocupar a sexta posição no ranking nacional, superando outros como Mato Grosso do Sul, Acre e Goiás.
O levantamento da CPT revela um aumento geral da violência ligada a disputas por terra em todo o Brasil, assim como um crescimento nos conflitos relacionados à água. A única exceção foi uma pequena queda nos casos de trabalho escravo no campo, embora a própria comissão acredite que esse número possa ser maior.
Em Mato Grosso, um dado preocupante é a grande quantidade de incêndios ligados a essas disputas por terra, representando um quarto do total nacional. Além disso, o desmatamento ilegal também cresceu na região amazônica, onde o estado se localiza.
O relatório aponta que as principais vítimas dessa violência são indígenas, posseiros e quilombolas, e que os fazendeiros são os principais responsáveis pelos conflitos. Apesar de ter havido uma pequena diminuição no número de assassinatos no campo em 2024, o país registrou o maior número de ameaças de morte da última década. Em muitos dos assassinatos, fazendeiros foram apontados como os autores, com suspeita de envolvimento policial em alguns casos.
Fonte: cenariomt