Durante um encontro com o relator da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a liberdade de expressão, Pedro Vaca Villarreal, o advogado Sebastião Coelho afirmou que “há sangue nas mãos” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O diálogo aconteceu na terça-feira 11. Coelho classificou o ministro como o “maior sicário que o Brasil já viu” e acusou o Supremo de apoiar medidas controversas contra os presos do 8 de janeiro, incluindo violações de direitos humanos.
O advogado citou como exemplo a morte de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, na Penitenciária da Papuda em 2023. Ele teve um mal súbito durante o banho de sol. Equipes de socorro tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu.
A morte de Clezão completou um ano de 20 de novembro de 2024. O presídio não tinha equipamentos médicos capazes de atendê-lo, conforme um relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal publicado com exclusividade por à época.
Além disso, o resgate levou aproximadamente 40 minutos para chegar. Laudos médicos enviados ao STF no início de 2023 já haviam alertado o ministro Alexandre de Moraes para os graves problemas de saúde do empresário.
Por diversas vezes, a defesa solicitou ao juiz do STF a soltura de Clezão. Moraes, contudo, não a autorizou. O magistrado nem sequer apreciou que solicitara tratamentos médicos adequados em casa.
Também na reunião com o relator da OEA, a filha de Clezão, Luiza Cunha, denunciou o caso do pai como tortura.
“Meu pai foi morto injustamente e torturado na cadeia”, disse Luiza a Villarreal, em espanhol. “Meu pai não é criminoso. É um homem íntegro, bondoso e exemplo de brasileiro. Minha família não merece isso. Estamos [sendo] torturados até hoje. Não é fácil viver isso no Brasil. Por favor, nos ajude.”
Durante missão ao Brasil, o relator Pedro Vaca Villarreal classificou as acusações apresentadas por congressistas de oposição como “impressionantes”.
Os relatos apresentados incluem denúncias de violações aos direitos humanos, com destaque para o que os parlamentares classificam como práticas de censura originadas do sistema judiciário. “O tom dos relatórios é realmente impressionante”, disse Villarreal ao portal Metrópoles. “Temos de analisar isso com calma.”
Fonte: revistaoeste
