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Política

Randolfe beija Alcolumbre: o que está por trás desse ato inesperado?

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A eleição de Davi Alcolumbre (União-AP) como presidente do foi comemorada por senadores do governo e da oposição, evidenciando um dos maiores acordos em torno de um só nome da história da Casa Alta.

Mas a comemoração de um dos parlamentares foi simbólica: o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), deu um beijo e um abraço no conterrâneo, deixando clara a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter uma boa relação com Alcolumbre.

O governo Lula precisa manter um bom diálogo com o presidente do Senado, assim como existia com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para aprovar projetos estratégicos. O principal é o do Orçamento.

Alcolumbre obteve 73 votos e se tornou o terceiro candidato mais votado da história da Casa. Ele ficou atrás apenas de José Sarney, em 2003, e Mauro Benevides, em 1991, que receberam 76 votos.

Apesar de o presidente da República não ter declarado publicamente seu apoio a Alcolumbre, o PT endossou a candidatura do Senador.

Em publicação nas suas redes sociais, Randolfe relembrou parte de sua história com Alcolumbre. Chamando-o de “meu amigo Davi”, o senador disse que “ter um amapaense nessa função é motivo de muita esperança”.

“Minha relação com o Davi começou muito antes de percorrermos juntos os corredores do Senado”, publicou o líder do governo. “Pouca gente sabe, mas eu fui um dos primeiros incentivadores de que ele aceitasse a candidatura a senador, lá em 2014. O Davi foi meu candidato a governador do Estado. (…) Não é de agora que lutamos juntos pelo Amapá.”

A relação dos dois é antiga, mas, em 2019, Randolfe rompeu com o aliado. Em fevereiro daquele ano, Alcolumbre, à época filiado no DEM, foi eleito presidente do Senado. Randolfe, que estava na Rede Sustentabilidade, apoiou a candidatura, mas alguns meses depois disse estar decepcionado com decisões dele e anunciou o rompimento.

Desde então, passou a criticar Alcolumbre publicamente em diversas ocasiões. A paz só foi selada em 2023, quando os dois caciques do Amapá resolveram unir forças contra o crescimento da direita e de aliados de Jair Bolsonaro no Estado.

Randolfe chegou a oferecer um jantar ao aliado na semana passada, em que defendeu a importância da vitória para o Amapá e para a governabilidade.

“O Davi que a gente tá emprestando ao Brasil, não tenho dúvidas, será um grande presidente do Senado, como já foi”, escreveu o petista em suas redes sociais. “Vai ajudar o presidente Lula a cuidar do Brasil.”

Randolfe ressaltou que Alcolumbre representa “um círculo histórico de renovação da política” e que estará comprometido com a agenda do governo. À Agência Senado, o líder disse que a votação do Orçamento deve ser realizada em março.

“Votaremos o Orçamento antes do término do mandato da Comissão de Orçamento”, disse. “Nós deveremos, ali, pelo mês de março, se reunir para debater e votar.”

O atraso na votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) não é incomum e já ocorreu pelo menos 11 vezes desde a Constituição de 1988. Sem a aprovação, o governo só pode executar despesas obrigatórias e essenciais, como alimentação escolar, atenção primária à saúde, medicamentos específicos, Previdência Social, Fundeb, Fies, além de repasses à Justiça Eleitoral e ao Fundo Partidário.

Lula sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em 31 de dezembro de 2024, com vetos, e manteve a meta de déficit zero para 2024. O projeto da LOA prevê um Orçamento de R$ 5,866 trilhões, crescimento real de 2,64% do PIB, inflação de 3,3% e taxa Selic média de 9,61% ao ano.

Fonte: revistaoeste

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