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‘Azeite extravirgem: Saiba se ele é mais saudável que outros tipos de óleo’

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O azeite de oliva, reconhecido por seu sabor e propriedades nutricionais, é frequentemente associado à redução do risco de doenças cardiovasculares, melhora cognitiva e até mesmo menor incidência de certos tipos de câncer. Entre as opções mais indicadas por especialistas, está o azeite extravirgem. Mas será que ele é realmente superior aos outros tipos?

O que torna o azeite extravirgem especial

O azeite extravirgem é obtido por prensagem mecânica a frio de azeitonas maduras, sem o uso de altas temperaturas ou solventes químicos (ao contrário de outros tipos menos “premium”). Isso preserva compostos bioativos que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

De acordo com Howard E. LeWine, editor médico-chefe da Harvard Health Publishing, o azeite extravirgem oferece algo que os azeites refinados não têm: concentrações mais altas de fenóis, que podem fornecer efeitos antioxidantes adicionais.

O azeite comum e altamente processado perde grande parte desses compostos devido ao refinamento, que inclui o uso de calor e solventes químicos para melhorar a estabilidade do produto e prolongar sua vida útil.

“O azeite extravirgem tem uma acidez de no máximo 0,8%, o que indica que ele foi minimamente processado e preserva a maior parte dos nutrientes naturais da azeitona”, complementa a nutricionista Edvânia Soares.

É realmente melhor?

O azeite extravirgem pode ser considerado uma opção mais saudável. “Afinal, ele mantém níveis elevados de polifenóis, compostos antioxidantes potentes que ajudam a proteger as células de danos causados pelos radicais livres”, explica Soares.

A nutricionista Mariana Moretti enfatiza que, além dos polifenóis, o azeite extravirgem é rico em ácidos graxos monoinsaturados, como o ácido oleico. “Essas gorduras boas ajudam a reduzir os níveis de colesterol LDL (o “ruim”) e aumentam o HDL (o “bom”), protegendo o coração e as artérias”, afirma.

Além disso, esse tipo de azeite contém vitamina E, um antioxidante lipossolúvel essencial para a proteção das membranas celulares e para a saúde da pele. “É um dos óleos mais completos, especialmente quando comparado a óleos vegetais refinados, como os de soja ou milho, que têm maior concentração de gorduras inflamatórias”, alerta Moretti.

Benefícios amplamente reconhecidos

Estudos confirmam os benefícios “extras” do azeite extravirgem. Uma das pesquisas, publicada no periódico Cells em setembro de 2024, mostrou que os compostos fenólicos desse tipo de azeite são seguros em diversas doses e destacados por conta de sua ação na prevenção de doenças crônicas degenerativas, especialmente cardiovasculares e metabólicas.

Esses compostos combatem inflamações e protegem o corpo dos danos causados pelo estresse oxidativo, um processo que pode levar ao envelhecimento precoce e ao surgimento de doenças. Veja os principais benefícios dessas substâncias presentes no azeite extravirgem:

Para o coração e vasos sanguíneos: melhoram a circulação, regulam a pressão arterial e reduzem o risco de formação de coágulos;

Para o açúcar no sangue: facilitam o trabalho da insulina, o que ajuda a regular os níveis de glicose e evita picos de açúcar, essencial para prevenir e controlar o diabetes tipo 2;

Para o colesterol e as gorduras no sangue: contribuem para melhorar o equilíbrio das gorduras no sangue, reduzindo os níveis do colesterol “ruim” (LDL).

Como você viu, por conta da forma como é produzido, as propriedades benéficas do azeite extravirgem são melhor preservadas. Mesmo assim, é preciso cuidado com a interpretação. “Não há estudos definitivos que mostrem que o azeite de oliva extravirgem tem uma capacidade maior do que o óleo refinado de prevenir problemas cardíacos, câncer ou outras doenças”, ressalta LeWine.

Considerações na compra e uso

Se você quer garantir a qualidade do azeite extravirgem, é importante seguir as orientações adequadas na hora de escolher o produto e usá-lo na cozinha:

Embalagem: escolha azeites em garrafas de vidro escuro, que protegem contra a luz e preservam os compostos bioativos;

Data de validade: priorize produtos com data de colheita recente;

Armazenamento: mantenha o azeite em locais frescos e longe de calor para preservar suas propriedades.

O azeite extravirgem é ideal para ser usado cru, como em saladas e finalizações. Mariana Moretti reforça: “Embora seja possível usar o extravirgem para cozinhar, evite altas temperaturas, que degradam os compostos benéficos e podem formar substâncias tóxicas”.

Mais saudável? Sim! Mágico? Não!

O azeite de oliva extravirgem, embora não seja a solução mágica para a saúde, é uma escolha adequada para uma dieta equilibrada. Seus compostos antioxidantes, propriedades anti-inflamatórias e gorduras boas fazem dele um dos óleos mais saudáveis disponíveis.

“Mas é importante lembrar que não é o azeite que vai mudar toda a rota da dieta e tornar a pessoa saudável da noite para o dia. Não é isso”, destaca Soares. “A gente tem que pensar que ele é um ingrediente fundamental quando pensamos na parte de gorduras saudáveis para compor a dieta.”

Como destaca LeWine, os benefícios do azeite para a saúde são claros, mas eles vêm de sua integração em uma dieta rica em alimentos naturais e variados. Incorporá-lo na sua rotina alimentar, como parte de um estilo de vida saudável, pode ser um grande passo para melhorar sua saúde geral.

Fontes: Mariana Moretti, nutricionista funcional integrativa e fitoterapia funcional da clínica Mantelli, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, pós-graduada em nutrição clínica pela Unifesp e especialista em fitoterapia funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul/VP Centro de Nutrição Funcional); Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição, pós-graduada em nutrição clínica esportiva e vigilância sanitária.

Fonte: uol

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