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Política

Desembargador nega escândalo: Nunca pratiquei ato vergonhoso na Justiça

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O desembargador Ivo de Almeida, do , é o principal alvo da Operação Churrascada, que investiga um suposto esquema de corrupção com a venda de sentenças.

Almeida nega as acusações. “Jamais pratiquei ato que envergonha a Justiça”, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele referiu-se à suposta venda de sentenças e à prática de “rachadinhas”. Segundo ele, a acusação é “vergonhosa”.

Desde junho do ano passado, Almeida está afastado de suas funções por determinação do ministro Og Fernandes, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Polícia Federal, em operações de busca, encontrou R$ 170 mil em sua residência e um quadro do artista Alfredo Volpi. O desembargador alega que o dinheiro é fruto dos rendimentos de sua mulher, que foi dona de um restaurante até 2018.

O Conselho de detectou depósitos fracionados de R$ 641 mil na conta de Almeida entre 2016 e 2022. Ele justifica que esses valores são provenientes do restaurante e de seus filhos, que também são comerciantes.

Ao fim da investigação Almeida foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa, associação criminosa e violação de sigilo.

O desembargador atribui as acusações a um antigo amigo já morto, Valmi Lacerda, e ao enteado dele, Wilson Vital de Menezes Jr.

Almeida afirma que Valmi usou seu nome sem consentimento para vender ilusões a terceiros. O enteado de Valmi negou envolvimento, mas confirmou o uso indevido do nome do desembargador por seu padrasto.

Durante as investigações, foram analisadas mensagens de WhatsApp de supostos intermediários que usavam termos como “picanha” e “carne” para se referir a decisões judiciais.

Almeida nega participação em qualquer “churrascada” e afirma que suas decisões sempre foram colegiadas e não beneficiaram criminosos.

Além disso, o desembargador destacou que participou de uma campanha de arrecadação de cestas básicas durante a pandemia, que auxiliava funcionários terceirizados do tribunal. Ele afirma que a iniciativa foi transparente, com recursos usados para comprar mais cestas em razão de descontos em compras à vista.

Desde o afastamento, Almeida dedica-se à leitura de material jurídico e ao auxílio nas atividades de sua mulher, segundo declarou ao Estadão. Ele aguarda a decisão sobre seu pedido de reintegração e sustenta que sua evolução patrimonial é compatível com seus rendimentos.

Fonte: revistaoeste

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