Por muito tempo, a vantagem competitiva de uma empresa vinha de seu posicionamento no mercado ou dos recursos superiores a que tinha acesso. A tecnologia, contudo, mudou esse cenário. A generativa, por exemplo, chegou para radicalizar o processo.
A possibilidade de alterar principalmente o tempo, o custo e a maneira como se desenvolvem os produtos e serviços criou um diferencial singular, que pode significar o sucesso ou o fracasso de um negócio.
“À medida que a IA generativa desafia as vantagens competitivas tradicionais, as empresas estabelecidas terão de repensar seus modelos de negócios e encontrar novas maneiras de bater a concorrência”.
É o que dizem Jack Azagury, diretor-executivo de consultoria de grupo na Accenture, e michael moore, líder de pesquisa para os negócios da Accenture no e na Irlanda, em artigo publicado no .
Com base em seu trabalho de consultoria, ajudando empresas a usar a IA generativa em suas estratégias, e nos insights obtidos em pesquisas com mais de 3 mil executivos, eles identificaram seis maneiras de obter vantagens competitivas na era da IA.
Com boa parte dos modelos de IA generativa sendo treinados apenas com dados publicamente disponíveis, ganha terreno empresas com acesso a dados proprietários, que podem, assim, criar produtos e serviços superiores e se diferenciar no mercado.
Conforme Azagury e Moore, construir dados de alta qualidade, prontos para uso e formatados para que funcionários e sistemas em uma organização possam acessá-los facilmente, é a chave para vencer nessa era.
As empresas devem ir além de serem “compradoras” (usuárias de ferramentas prontas), tornando-se “impulsionadoras” (integradoras de modelos disponíveis com dados proprietários). Depois, finalmente, devem virar “construtoras” de seus próprios modelos. Com a tecnologia evoluindo rapidamente, os executivos precisam investir constantemente em seu núcleo digital.
“Empresas com um núcleo digital forte se beneficiarão de um efeito de “flywheel” — sua base tecnológica lhes permite integrar e implantar novas tecnologias cada vez mais rapidamente, à medida que a próxima onda de inovações chega”, dizem os especialistas.
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“Os indivíduos precisarão de capacitação constante e requalificação frequente. À medida que a tecnologia evolui e a IA se expande para mais áreas, os papéis e as estruturas das equipes precisarão se adaptar rapidamente”, dizem Azagury e Moore.
A IA generativa permite a rápida disseminação do conhecimento, assumindo ou complementando tarefas que antes exigiam especialização. Com a tecnologia lidando com tarefas repetitivas e facilitando novos conhecimentos, a habilidade das pessoas pode evoluir para várias áreas.
Os benefícios da colaboração entre humanos e máquinas só serão sentidos se a IA generativa for usada para reinventar os fluxos de trabalho de ponta a ponta, em vez de apenas redesenhar processos simples, dizem os especialistas.
Azagury e Moore afirmam que as primeiras aplicações de IA generativa das empresas se concentraram em casos de uso restritos a processos funcionais. Eles citam que as três principais áreas em que as organizações devem fazer mudanças serão TI (63%), marketing (54%) e finanças (41%).
As empresas precisam de colaboradores para lidar com as complexidades de escalar a IA generativa de ponta a ponta, já que o ritmo de mudança tecnológica torna quase impossível para qualquer organização fazer tudo de forma eficiente por conta própria.
Quando se trata de IA generativa, as empresas precisam acertar muitas coisas ao mesmo tempo. “Uma abordagem de ecossistema é a única maneira de uma empresa conseguir se manter atualizada”, afirmam os pesquisadores.
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A adoção da IA dependerá, em última análise, de confiança. Empresas que desenvolvem estruturas éticas robustas, modelos de governança e práticas responsáveis de IA terão uma vantagem competitiva. Essa vantagem está na confiança de clientes, funcionários e reguladores.
“Empresas líderes estão se movendo nessa direção, não apenas promovendo produtos e serviços habilitados para IA com base em rapidez e escalabilidade. Elas buscam, também, enfatizar valores como equidade”, dizem os autores.
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Fonte: revistaoeste