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Política

Ex-prefeito de Canoas (RS) denuncia esquema de propina parcelada em 30 vezes em gravação de áudio

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O deputado federal Luiz Carlos Busato (União-RS), ex-prefeito de , está envolvido em uma delação em que é suspeito de receber propina em contratos de saúde durante seu mandato de 2017 a . As informações são do portal UOL.

Áudios apresentados por um delator, um médico que liderava uma organização social, mostram o momento em que Busato negocia valores, reclama de atrasos e pressiona seu interlocutor.

Em uma das gravações, Busato exige do médico, depois de aumentar repasses ao Gamp (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva): “Bom, então se estamos aumentando R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, acho que tem condições de o Gamp pegar uma parte e acertar conosco”.

Ele também insiste em que os pagamentos sejam feitos nas datas combinadas e rejeita parcelar pagamentos atrasados.

“[…] Isso é religioso. Não vai mais ter problema daqui pra frente, ok? Seja 700, 800, é o do mês”, disse. “Depende do quanto entrar. 15 dias depois de fechar o mês. Combinado é combinado. Cássio se comprometeu a, de agora em diante, pagar o do mês, não vai deixar atrasar o do mês, senão esse troço vira uma de neve […] e propôs pagar em 30 parcelas, em 30 meses. 30 meses não tem como, Cássio.”

Em outro momento, Busato expressa sua insatisfação com as interrupções nos pagamentos: “O que me interessa é o nosso acordo […] não podemos ficar indefinidamente na esperança de ‘ah, agora tem a Polícia Federal, tem, não sei o que que vai acontecer (…)’”. Ele também afirma que não pode ficar um ano sem receber.

Cássio Souto dos Santos, o médico responsável pelo Gamp, foi preso em 2018 durante uma operação que investigava desvios na saúde de Canoas. Em 2020, ele firmou um acordo de delação premiada e entregou os áudios às autoridades.

Em nota ao portal UOL, Busato negou a autenticidade das gravações e qualquer envolvimento em irregularidades e afirmou:

“Desconheço o assunto mencionado e nunca fui notificado sobre o tema em questão”, afirmou o ex-prefeito. “Além disso, reitero que os áudios que estão circulando não são verdadeiros”.

Sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul | Foto: Divulgação/MP-RS
Sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul | : Divulgação/MP-RS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) já havia identificado superfaturamento e sobrepreço nos contratos de saúde do município com o Gamp, que recebia mais de R$ 10 milhões mensais.

Em dezembro de 2018, três indivíduos ligados ao Gamp foram presos, com prejuízo estimado em R$ 22,8 milhões aos cofres públicos. O Ministério Público Federal (MPF) assumiu o caso devido ao uso de verbas federais.

A delação de Souto menciona pressão para contratar a empresa do filho de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS).

Os áudios de 2018 revelam quando Busato cobrao a retomada dos pagamentos e afirma que, em troca do aumento no contrato, o Gamp deveria “pegar uma parte e acertar conosco”. Souto menciona dívidas, mas o ex-prefeito insiste em que o foco deve ser o “acerto” entre eles.

Fonte: revistaoeste

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