A anulou nesta terça-feira, 1º, a prisão da primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, mulher do prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena (PP). A decisão foi anunciada pela juíza Maria Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa. A magistrada foi quem mandou prender Lauremília no sábado 28.
A Polícia Federal (PF) prendeu Lauremília na terceira fase da Operação Território Livre. A operação investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição na capital paraibana e o aliciamento de eleitores.
Para justificar a nova decisão, a juíza argumentou que a primeira-dama não tem condenações criminais na Justiça, possui residência fixa, ocupação lícita e constituiu advogado. Esses fatores, segundo a magistrada, demonstram comprometimento com a Justiça.
A prisão foi convertida em medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com os demais investigados e visitas a órgãos públicos da Prefeitura e ao bairro São José, local de investigações.
A Justiça também revogou nesta terça-feira a prisão da vereadora . Raíssa foi secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Cícero Lucena. Em 19 de setembro, autoridades detiveram Raíssa por suspeita de aliciamento violento de eleitores. Na última semana, ela renunciou à candidatura.
A PF investiga a influência de facções criminosas nas eleições da cidade. Em articulação com líderes políticos e assessores, criminosos estariam pressionando os eleitores a votarem em determinados candidatos e impedindo adversários de fazerem campanha em comunidades.
As investigações indicam a existência de um possível esquema em que integrantes da prefeitura nomeavam servidores comissionados, conforme indicação de facções. Em troca, o grupo do prefeito receberia apoio político e controle de territórios nas eleições
No inquérito, a PF diz que a primeira-dama Lauremília Lucena é responsável por gerenciar os pedidos dos cargos e contratações na prefeitura, onde não tem cargo oficial. Conforme a investigação, Lauremília teria participação em crimes de peculato, constrangimento ilegal e coação eleitoral.
No último sábado, 28, dia da prisão, o prefeito Cícero Lucena se disse alvo de “um ataque covarde e brutal” nas vésperas da eleição”. Segundo ele, Lauremília demonstrará na Justiça que é vítima de perseguição.
Fonte: revistaoeste