Há quatro meses e meio, moradores do começaram a sofrer com uma das piores enchentes de sua história. Durante esse tempo, famílias perderam suas casas e seus bens; os comerciantes, seus estoques; e os produtores, suas colheitas. Em uma decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu escantear o governador Eduardo Leite (PSDB) e enviou o ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, para chefiar as ações do governo no Estado.
A decisão, entretanto, parece não ter agradado a população do Estado e alguns integrantes da política. Um dos políticos que criticaram as atuações do ministro petista foi o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes. Em entrevista ao , na edição desta terça-feira, 10, ele afirmou que Pimenta ofereceu “muita comunicação e pouca realização”.
Ricardo Gomes fez essa menção em referência à pasta que o ministro chefia (Ministério das Comunicações). Também por esse motivo, segundo o vice-prefeito, “a escolha de Pimenta pareceu mais política do que técnica”. “É sintomático que viria mais comunicação do que realização”, afirmou Ricardo Gomes.
O político gaúcho ainda criticou a demora e a burocracia do Estado brasileiro em liberar os recursos e as habitações.
“Apesar da promessa de habitação para todos, cada vez que as prefeituras mandavam os cadastros, o governo federal mudava e pedia outras informações”, afirmou o vice-prefeito. “Em Porto Alegre, na última vez que verifiquei, haviam sido construídas sete casas, das quase 3 mil que tinham os cadastros prontos.”
Ricardo Gomes ainda mencionou a saúde mental e as dificuldades que as crianças enfrentam em relação à educação no Rio Grande do Sul. Ele lembrou que, durante a pandemia de covid-19, houve um déficit na aprendizagem. Os lockdowns rigorosos pioraram a situação dos alunos.
“Agora, estamos com 120 dias de calamidade e muitas crianças não conseguiram retornar para a sala de aula”, disse. “Fora as que ficaram desabrigadas. Temos de fazer um esforço, relacionado à saúde mental, para recuperá-las.”
Ainda conforme o vice-prefeito, as enchentes no Rio Grande do Sul fizeram com que o Estado gaúcho se aproximasse do restante do Brasil. Ele mencionou a cultura gaúcha, que sempre foi fechada.
Os moradores do Rio Grande do Sul sempre tiveram sua tradição, suas roupas típicas, suas músicas e seus folclores. Agora, depois da catástrofe, houve a possibilidade de “aproximação com a sociedade brasileira”.
Fonte: revistaoeste