O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, pela primeira vez, sobre as denúncias de contra o ministro dos , Silvio Almeida. O chefe do Executivo afirmou, nesta sexta-feira, 6, que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”. A declaração foi dada em entrevista à rádio Difusora Goiânia.
“O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, sinalizou Lula sobre Silvio Almeida. “Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender.”
Lula pediu ao advogado-geral da União, Jorge Messias, e aos ministros (Justiça) e Vinícus Carvalho (Controladoria-Geral da União) que “conversassem com as pessoas” até seu retorno para Brasília. Ele se reúne com os chefes do alto escalão às 14h30. Depois, encontra-se com Silvio Almeida e, posteriormente, com a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).
Segundo denúncia do portal UOL e do site Metrópoles, Silvio Almeida teria assediado sexualmente 14 mulheres. Dentre as vítimas estaria a ministra Anielle Franco. O titular da pasta dos Direitos Humanos emitiu nota na noite desta quinta-feira, 5, em que negou as acusações.
“Vou conversar com meus ministros e com mais duas ministras que estão no governo para depois conversar com o Silvio e a Anielle para tomar a decisão”, declarou. “O governo precisa de tranquilidade. Eu não vou permitir que um erro pessoal de alguém, um inequívoco prejudique o governo.”
O petista acrescentou que quer “paz e tranquilidade” em sua gestão. “Assédio não pode coexistir com a democracia, com o respeito aos direitos humanos. E sobretudo, com o respeito aos subordinados”, destacou.
Ainda em entrevista, Lula afirmou que as denúncias de assédio contra Silvio Almeida serão investigadas. Sinalizou que decide nesta sexta-feira, 6, se vai afastar ou não o ministro dos Direitos Humanos durante o curso das apurações policiais e administrativas.
“Nós vamos colocar Polícia Federal, Ministério Público, Comissão de Ética da Presidência da República para investigar”, afirmou. “Porque veja, eu estou em uma briga danada contra a violência contra as mulheres, o meu governo tem uma prioridade em fazer com que as mulheres se transformem, definitivamente, em uma parte importante da política nacional.”
O chefe do Executivo Federal declarou que não pode “permitir que tenha assédio” no governo. “Então, é o seguinte, nós vamos ter que apurar corretamente”, indicou.
“Mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, afirmou Lula.
Lula também comentou o fato de a primeira-dama Janja Lula da Silva ter com a ministra Anielle Franco nesta sexta-feira, 6, em meio às denúncias enfrentadas por Silvio Almeida.
“O motivo de uma foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca de que as mulheres estão com as mulheres”, disse. “E é o normal. Não tem uma mulher que fique favorável a alguém que seja denunciado por assédio.”
Janja publicou uma foto em que beija a testa da ministra da Igualdade Racial nos stories do Instagram, sem nenhuma legenda.
Fonte: revistaoeste