Cuidado se estiver nadando no Pacífico, a cerca de 1.448 km da costa do Chile: talvez você esbarre numa montanha subaquática de 3109 metros de altura, quase a mesma coisa que dez Torres Eiffel empilhadas.
Quem realmente esbarrou nela foram os oceanógrafos do Instituto Oceânico Schmidt, na Califórnia, que mapearam a região e descobriram esse monte. Ele serve de casa para jardins de esponjas, corais antigos e raras espécies marinhas – como um polvo fofinho chamado Casper, que foi avistado pela primeira vez no sul do Pacífico por eles.
A região foi explorada durante 28 dias usando o navio de pesquisa científica RV Falkor (too), conforme reportado pela CNN. Embutido no casco do navio, um complexo sistema de sonar ajudou os oceanógrafos a mapear a montanha.
O nome estranho faz referência ao personagem Falkor, um ser meio-dragão-meio-cachorro-todo-fofo do livro A História Sem Fim, que virou um filme infantil de sucesso nos anos 1980. Já existia um navio de pesquisa menor chamado Falkor, então esse foi chamado de “Falkor (também)”, que é too em inglês.
A ideia é mostrar que explorar o oceano também é uma jornada sem fim. E, aparentemente, que oceanógrafos realmente têm um humor… peculiar.
Habitantes fofos (e bizarros)
O sonar funciona assim: ondas sonoras vão do aparelho até o fundo do mar, batem na superfície da montanha – ou de qualquer outro relevo marinho – e voltam até o navio. Medindo o tempo que tudo demora para voltar, dá para ter uma ideia bem boa da topografia marinha.
Somente 26% do leito dos oceanos foi mapeado com sonares de alta definição. Oceanógrafos estimam que haja cerca de cem mil montes com mais de 1.000 metros de altura no fundo do mar.
Além do sonar, um submarino robô investigou e filmou uma das cristas da montanha e acabou encontrando o polvo Casper – que tem esse nome por causa de sua cor branca fantasmagórica, semelhante à do Gasparzinho (em inglês, Casper). Ele ainda não tem nome científico porque ninguém nunca havia tido contato direto com um espécime.
Além do polvo fantasma, outros animais de águas profundas bizarros foram avistados, como a Bathyphysa siphonophores. Essa espécie também é chamada de “monstro do espaguete gigante” por causa de seu corpo, com vários feixes finos semelhantes a macarrão.
A montanha fica em águas internacionais, na cordilheira submarina de Nazca, que pode virar a primeira área em alto mar a ser uma região protegida pela ONU, de acordo com este tradado de 2023 que ainda precisa ser ratificado.
Essa foi a terceira expedição de 2024 da equipe do Instituto Oceânico Schmidt da Califórnia. Nas primeiras duas, foram 150 espécies não conhecidas catalogadas e 25 montes marinhos mapeados.
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Fonte: abril