Pela terceira vez, promotores venezuelanos chamaram o candidato Edmundo González para depor, nesta sexta-feira, 30. .
O gabinete de Justiça informou que, em caso de ausência, um mandado de prisão será emitido. Nas duas convocações anteriores, o ex-diplomata não compareceu.
González justificou que o órgão age como “acusador político” e que, por isso, desconfia das garantias de independência no processo.
Os promotores dizem que o não comparecimento do opositor pode representar risco de fuga e de obstrução à Justiça, o que justificaria o mandado de prisão.
A promotoria sustenta a intimação, dizendo que Edmundo González deve esclarecer a divulgação das cópias de mais de 80% das atas de votação eleitoral que sua chapa tornou públicas.
As atas, segundo a oposição, com apoio de diversos organismos internacionais, comprovariam a vitória de González. A ditadura venezuelana diz que os documentos são falsos.
O procurador-geral da República, Tarek William Saab, responsabiliza González pelos atos de violência nos protestos contra a reeleição de Maduro. Os protestos causaram 27 mortes, quase 200 feridos e mais de 2,4 mil presos.
Saab responsabiliza, também, a líder oposicionista María Corina Machado pelos distúrbios ocorridos principalmente na capital, Caracas. Diante do risco de detenção, Gonzáles segue em regime de clandestinidade há quase um mês.
Em 5 de agosto, o Ministério Público da Venezuela anunciou o início de uma investigação contra os dois opositores. O sistema ditatorial fala em “instigação à insurreição” e outros delitos.
Os promotores acusam, em carta divulgada nas redes sociais, Corina e González de incentivar as Forças Armadas a “traírem” Maduro.
A intimação, assim como as anteriores, não esclarece o motivo pelo qual González está sendo convocado: se como acusado, testemunha ou perito, de acordo com a legislação venezuelana.
O documento estabelece apenas a “necessidade de prestar depoimento sobre os eventos investigados por este órgão”, por causa da suposta prática de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”. Esses supostos crimes podem, assim, resultar em uma pena máxima de 30 anos de prisão.
Segundo González, . Acrescenta que o Ministério Público pretende convocá-lo a uma entrevista “sem especificar em que condição devo comparecer”.
Fonte: revistaoeste