O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (), decidiu investigar as mensagens trocadas entre Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e , juiz auxiliar na Suprema Corte. O inquérito foi aberto na última segunda-feira, 19.
Recentemente, . No mesmo dia, Moraes afirmou que “nenhuma das matérias preocupa” seu gabinete e que tudo está documentado.
A ação de Moraes fez a Polícia Federal (PF) intimar Eduardo Tagliaferro para depor, na quinta-feira 22, em São Paulo.
Eduardo Kuntz, advogado de Tagliaferro, enviou um ofício a Moraes. Ele afirma estar surpreso com a investigação e convocação para o depoimento.
Além disso, o advogado solicitou “acesso total e irrestrito aos elementos de informação” do procedimento. Ele alegou que, sem isso, o processo poderia ser prejudicado.
As ordens solicitadas pelo ministro e seus assessores a Tagliaferro eram informais. As mensagens mostram que os assessores de Moraes estavam cientes dos riscos dessa informalidade.
Em um dos áudios, Airton Vieira afirma que, “formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada”. “Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] para alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato.”
As mensagens ainda revelam que o órgão de combate à desinformação do TSE foi usado para abastecer o Inquérito das Fake News. Um policial militar no gabinete de Moraes solicitou à assessoria informações sobre uma pessoa que faria uma obra na casa do ministro — uma questão fora do escopo do órgão.
Em outro episódio, Moraes usou o órgão para levantar dados e produzir relatórios contra manifestantes que insultaram ministros do Supremo durante um evento privado em Nova York (EUA).
Fonte: revistaoeste