É comum que rodízios japoneses sirvam fatias de sashimi em pedras de sal rosa do Himalaia. Às vezes in natura, outras com azeite trufado e raspas de limão, o prato faz sucesso entre os frequentadores. Mas há riscos à saúde, principalmente se a higienização não for feita da maneira correta.
A microbiologista Nélida Delamoriae, bióloga e coordenadora do setor de microbiologia do Hidrolabor, afirma que o sal ajuda a diminuir a possibilidade de contaminações, pois ele desidrata os microorganismos. Contudo, o problema está no fato de que nem todas essas pedras são verdadeiras.
Quando as pedras não são de sal, elas não têm esse efeito de desidratação e precisam ser muito bem higienizadas a cada manipulação. Como o produto se dissolve, muitos lugares não fazem isso, pois diminui a vida útil da pedra.
Delamoriae diz que é muito difícil pegar doenças virais, como gripe, com o contato dessa pedra de sal mal lavada. É provável que a pessoa se contamine com uma doença bacteriana.
“É possível pegar alguns tipos de salmonella, que é um conjunto bem grande de bactérias que estão presentes principalmente nessas comidas cruas. Há também a possibilidade de verminoses, como a anisaquíase, que causa vômitos e dores no abdômen”, diz a microbiologista.
Uma das doenças mais graves, no entanto, é a causada pela bactéria campylobacter. “Ela pode causar infecções intestinais e até provocar a morte”, diz Delamoriae.
A especialista, contudo, não faz alardes. Diz que o importante é saber a procedência do que estamos comendo. “Corremos sempre risco quando consumimos alimentos crus, por isso temos que avaliar a fonte, se é um local confiável e como é feita a higienização”, diz.
Fonte: uol