📝RESUMO DA MATÉRIA
- Um estudo de maio de 2024 conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) teve como objetivo determinar como o treinamento afeta a memória de trabalho, responsável por reter e processar informações de forma temporária para uso imediato.
- Os pesquisadores treinaram ratos para realizar tarefas de associação retardada olfativa durante duas semanas. Depois de realizar essa tarefa repetitiva durante sete sessões, os ratos aprenderam a realizar a tarefa com um nível de precisão de 94,2%, e seus padrões de memória começaram a “cristalizar” com a prática.
- Embora a prática consistente e a exposição à informação possam ajudar a melhorar a memória e a aprendizagem, nem todas as influências sobre a sua memória podem ser positivas. Um exemplo proeminente disso são os esforços de doutrinação durante a pandemia.
- A boa notícia é que você pode reverter a doutrinação e retomar o controle de suas memórias, promovendo a produção de novos neurônios saudáveis e otimizando a produção de energia mitocondrial.
🩺Por Dr. Mercola
A memória desempenha um papel crucial na aprendizagem, na tomada de decisões e na formação da sua identidade. É um processo contínuo de absorção de informações, retenção e recuperação desse conhecimento para moldar sua compreensão e respostas ao mundo ao seu redor.
A função cognitiva que permite reter e processar de forma temporária informações para tarefas imediatas é chamada de memória de trabalho. Por exemplo, durante uma conversa, sua memória de trabalho funciona como um bloco de notas mental, permitindo que você acompanhe as informações que está recebendo e use-as em tempo real.
Em maio de 2024, pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) Health apresentaram um estudo na revista Nature, que teve como objetivo determinar como o treinamento aumenta a capacidade do cérebro para a memória de trabalho, revelando descobertas intrigantes sobre a capacidade do cérebro.
Como as memórias são formadas?
A formação da memória é um processo complexo que começa com a codificação. Durante esta fase, a informação captada pelos seus órgãos sensoriais é enviada para as áreas sensoriais correspondentes do cérebro (córtex visual, córtex auditivo, etc.), onde ela é processada e integrada com os seus conhecimentos e experiências existentes.
Quando você aprende algo novo, seu cérebro forma novas conexões chamadas sinapses entre neurônios. Essas conexões criam novos circuitos, remapeando seu cérebro. O cérebro é uma vasta rede de conexões – cada uma das suas 100 bilhões de células nervosas pode formar até 10.000 conexões com outras células nervosas. Essas sinapses ficam mais fracas ou mais fortes dependendo de quanto você está exposto a informações ou atividades específicas.
O hipocampo, localizado no lobo temporal, desempenha um papel importante na formação da memória. Ele organiza e integra informações sensoriais, transformando-as em traços de memória coerentes. A atenção durante a codificação ajuda o hipocampo a se concentrar em informações relevantes e a filtrar distrações.
Após a codificação, a memória passa por consolidação, estabilizando o traço de memória recém-formado. Isso envolve duas etapas principais – consolidação sináptica e consolidação de sistemas. Durante a consolidação sináptica, que ocorre logo após a aprendizagem, as conexões entre as sinapses são fortalecidas, sobretudo através de um processo denominado potenciação de longo prazo.
A consolidação de sistemas ocorre durante um período mais prolongado, transferindo de maneira gradual o traço de memória do hipocampo para o neocórtex. Essa transição do armazenamento de curto prazo para o armazenamento de longo prazo faz parte do processo de consolidação, tornando as memórias mais estáveis e menos dependentes do hipocampo.
O estágio final da formação da memória é a recuperação, em que as informações armazenadas são acessadas e trazidas à consciência quando a memória é acionada. O córtex pré-frontal coordena esse processo, enquanto o hipocampo ajuda a acessar os traços de memória relevantes armazenados no neocórtex.
O curioso é que cada vez que uma memória é recuperada, ela pode ser modificada antes de ser armazenada de novo, um processo conhecido como reconsolidação.Isso permite que as memórias sejam atualizadas com novas informações, mas também as torna suscetíveis a mudanças e distorções.
Como a prática cimenta a formação da memória
No estudo da UCLA Health, os pesquisadores se concentraram em compreender como a prática consistente influencia a capacidade geral e a eficiência da memória de trabalho do cérebro. Para avaliar isso, eles treinaram ratos para realizar tarefas de associação retardada olfativa durante duas semanas.
Durante os testes, os ratos foram apresentados aos odores A ou B por um segundo. Após um atraso de cinco segundos, eles foram apresentados aos odores C ou D por mais um segundo. Se a combinação for A seguida de C ou B seguida de D, os ratos precisam lamber durante um período de escolha, que é três segundos após serem apresentados ao segundo odor, para receber uma recompensa. Se lhes fosse apresentada uma combinação diferente, eles eram ensinados a não lamber.
Depois de repetir isso durante sete sessões, os ratos aprenderam a realizar a tarefa com um nível de precisão de 94,2%.Os pesquisadores observaram que “o acompanhamento da atividade dos neurônios M2 (córtex motor secundário) ao longo de 10 dias revelou que as representações de MT (memória de trabalho) em atraso tardio, que são cruciais para o desempenho da tarefa, no começo flutuam nas fases iniciais de especialização, mas estabilizam com a prática continuada na fase final de especialização”.
Simplificando, à medida que os ratos realizavam a tarefa, seus padrões de memória começaram a “cristalizar”, tornando-se mais estáveis e consistentes com a prática. Dr. Peyman Golshani, autor correspondente e neurologista da UCLA Health, compara esse processo à prática de uma melodia musical. Como relatado pelo Science Daily, Golshani observa:
“Se imaginarmos que cada neurônio no cérebro emite uma nota diferente, a melodia que o cérebro gera quando realiza a tarefa muda de um dia para outro, mas depois torna-se cada vez mais refinada e semelhante à medida que os animais continuam praticando a tarefa”.
Ele acrescenta que esses insights sobre os mecanismos de consolidação da memória e a importância da prática consistente na consolidação de novas habilidades e informações no cérebro “não apenas avançam nossa compreensão sobre a aprendizagem e a memória, mas também têm implicações no tratamento de distúrbios relacionados à memória”.
Como os esforços de doutrinação sabotam sua memória autobiográfica
Embora a prática consistente e a exposição à informação possam ajudar a melhorar a memória e a aprendizagem, é importante reconhecer que nem todas as influências na sua memória podem ser positivas. Um exemplo proeminente disso são os esforços de doutrinação que o mundo sofreu durante a pandemia.
No vídeo acima, Dr. Michael Nehls, autor de “The Indoctrinated Brain: How to Successfully Defend Your Mental Freedom”, discute os aspectos neurocientíficos de como as alterações cerebrais podem tornar os indivíduos mais vulneráveis a influências externas negativas.
De acordo com Nehls, existem dois tipos de sistemas de pensamento – Sistema 1 (não-pensante) e Sistema 2 (pensante). Nossos cérebros operam no Sistema 1 na maior parte do tempo.O Sistema 2 só é ativado por meio de esforço consciente, ao reconhecer a necessidade do pensamento crítico. Se você não tiver energia mental suficiente para pensar, é provável que não ativará o Sistema 2. Em vez disso, você ficará preso no Sistema 1, colocando-o no piloto automático e aumentando a probabilidade de seguir pensamentos ou movimentos em massa.
A mídia e os líderes globais criaram um ciclo vicioso que facilita você ficar preso nesse estado e ser doutrinado. Tudo começa com a disseminação do medo, mudanças de metas e conselhos de saúde inadequados. Isso induz o estresse crônico, que, junto com as deficiências nutricionais importantes, leva a níveis altos de hormônios do estresse com consistência e a uma baixa produção de energia. Os hormônios do estresse também inibem a neurogênese do hipocampo, reduzindo a resiliência mental e aumentando o estresse.
Em última análise, esta espiral descendente corrói a sua memória autobiográfica, que desempenha um papel importante na sua individualidade. As memórias autobiográficas são armazenadas no hipocampo e são influenciadas pela associação emocional (como você se sentiu quando algo aconteceu).
Quando algo está associado ao medo, é mais provável que você se lembre disso – e é isso que os tecnocratas estão usando como uma ferramenta poderosa. Ao sequestrar os seus neurônios restantes e sobrescrever as suas memórias autobiográficas com narrativas de propaganda indutoras de medo, eles podem tirar a sua individualidade e manipulá-lo facilmente.
Como proteger seu hipocampo
A boa notícia é que você pode reverter a doutrinação e retomar o controle de suas memórias, promovendo a produção de novos neurônios saudáveis. Nehls sugere abordar estes fatores que influenciam a neurogênese do hipocampo:
Otimize sua saúde mitocondrial para aumentar sua capacidade intelectual
Além das recomendações de Nehls, recomendo a adoção das estratégias abaixo para aumentar a produção de energia mitocondrial, o que lhe fornecerá a energia necessária para envolver as habilidades de pensamento crítico do Sistema 2 de maneira eficaz.
• Limite a ingestão de ácido linoleico (LA) – O LA prejudica muito a função mitocondrial, comprometendo a capacidade de criar energia celular. Otimizar a produção de energia mitocondrial é crucial não apenas para um corpo e mente saudáveis, mas também para a sua intuição. A energia produzida pelas suas mitocôndrias é virtualmente idêntica à energia que criou o universo e sustenta a realidade física.
Então, depois de otimizar sua produção de energia mitocondrial, você também abre a porta para suas faculdades espirituais superiores, onde residem a intuição, a orientação interior e o conhecimento puro.Uma vez conectado ao seu conhecimento interior, nenhuma tentativa de doutrinação poderá ter sucesso porque você pode “ver” de forma clara, mesmo quando a verdade está sendo escondida.
• Limite as gorduras, coma carboidratos saudáveis em quantidades ideais — Quando a ingestão de gordura excede cerca de 35% das calorias diárias, seu corpo entra no metabolismo da gordura, o que reduz a eficiência mitocondrial em 25% a 50%. Comer quantidades ideais de carboidratos saudáveis, como frutas, mel cru e amidos como arroz branco, ajudará a otimizar o metabolismo de glicose mitocondrial, resultando em uma maior produção de energia.
O paradoxo aqui é que você precisa de uma boa saúde intestinal para se beneficiar de uma dieta ideal. Se a sua saúde intestinal estiver prejudicada, comer frutas fibrosas e amidos apenas alimentará as bactérias patogênicas do seu intestino. Portanto, se a sua saúde intestinal estiver abaixo do ideal, comece eliminando o máximo possível de AL (que é um dos principais destruidores da produção de energia celular) e introduza carboidratos saudáveis de forma lenta, começando com sucos de frutas.
O metabolismo da glicose também aumenta a produção de água estruturada (água depletada de deutério) dentro das mitocôndrias e diminui a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), melhorando a função mitocondrial geral.
• Considere suplementos para um metabolismo saudável — A niacinamida, também conhecida como nicotinamida (uma forma de vitamina B3), é essencial para o metabolismo saudável, a função mitocondrial e a produção de energia celular. Para suporte geral, recomendo tomar 50 miligramas três vezes ao dia.
A niacinamida também pode ser útil no tratamento inicial do Alzheimer, sobretudo quando combinada com azul de metileno, pois eles atuam em conjunto.O azul de metileno por si só também se mostrou promissor na inibição da progressão do Alzheimer.
Você também pode considerar o uso de nootrópicos para melhorar a cognição e neuroproteção.
• Reduza seus níveis de serotonina — Muitas vezes confundida com o “hormônio da felicidade”, a serotonina na verdade atua como um antimetabólito, prejudicando a produção de energia mitocondrial, o que pode levar à fadiga e a um metabolismo lento. Estudos também relacionaram níveis elevados de serotonina à demência.
Uma forma de diminuir a serotonina é aumentar o GABA, que está disponível como suplemento, pois o GABA aumenta a taxa de degradação da serotonina. Pessoas com altos níveis de GABA em geral apresentam níveis baixos de serotonina e vice-versa.
Pessoas com alto nível de GABA/baixo nível de serotonina tendem a ser calmas e sociáveis, enquanto a deficiência de GABA e níveis elevados de serotonina estão associados à ansiedade, medo, depressão, temperamento explosivo, fobias, impulsividade e desorganização.
Outra estratégia importante é cuidar da saúde intestinal.Quando carboidratos complexos que não são digeridos no estômago chegam ao intestino, eles acabam alimentando bactérias gram-negativas que produzem endotoxina, também conhecida como LPS (lipopolissacarídeo).
• Manter níveis baixos de estrogênio — Assim como a serotonina, o estrogênio também é antimetabólico e inibe a produção de energia.
Fonte: mercola