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Política

Nicolás Maduro busca manipular eleições diante de possível derrota nas urnas

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta um momento crucial com a aproximação das eleições em 28, que podem definir o futuro de seu governo e do país. A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, vive uma profunda crise econômica que levou milhões de habitantes a migrarem.

No poder desde 2013, Nicolás Maduro, tem como principal oponente o ex-diplomata Edmundo González, apoiado por María Corina Machado, líder da oposição. Machado percorreu o país em campanha, prometendo restaurar a democracia e reunir famílias separadas pela migração.

Nicolás Maduro, conhecido por seu jogo político, pode tentar manipular as eleições para vencer. Entre as estratégias possíveis estão a desqualificação de González, uso de táticas para suprimir a participação eleitoral ou até mesmo o adiamento das eleições utilizando uma crise fictícia como desculpa.

Em 2017, a empresa Smartmatic revelou que as eleições para um órgão político foram manipuladas, com o governo de Maduro adicionando pelo menos 1 milhão de votos a mais. Zair Mundaray, ex-procurador que desertou em 2017, afirmou que o país chegou a um momento crítico, destacando que até os seguidores de Maduro reconhecem que ele está em minoria.

Os EUA estão atentos à eleição, desejando promover a democracia na região. A administração Biden tem tentado melhorar as condições econômicas na Venezuela, que enfrenta um êxodo de centenas de milhares de venezuelanos. Nicolás Maduro, no entanto, acusa adversários de planejar um “”.

O ditador da Venezuela também prometeu uma vitória esmagadora. Nicolás Maduro afirmou que seus oponentes chamarão de fraude caso ele vença. Representantes do Ministério das Comunicações e do Conselho Eleitoral não comentaram o assunto.

Os venezuelanos no exterior enfrentam grandes obstáculos para votar. A coalizão de grupos de vigilância relatou que as autoridades têm recusado aceitar certos vistos como prova de residência. Entre 3,5 a 5,5 milhões de venezuelanos aptos a votar vivem fora do país, mas apenas 69 mil conseguiram se registrar.

Dentro do país, o Ministério da Educação anunciou mudanças nos de mais de 6 mil escolas, complicando a localização dos locais de votação. Além disso, a cédula eleitoral complicada pode confundir os eleitores, diluindo os votos da oposição.

A pressão interna é intensa. Desde janeiro, 37 ativistas da oposição foram detidos ou se esconderam para evitar a prisão, segundo González. A observação eleitoral independente será mínima, com apenas o Centro Carter monitorando a votação.

Luis Lander, do Observatório Eleitoral Venezuelano, afirmou que essa eleição já é uma das mais falhas dos últimos 25 anos. Maduro, por sua vez, aumentou salários dos funcionários públicos, anunciou novos projetos de infraestrutura e intensificou sua presença nas redes sociais.

A economia venezuelana teve uma leve melhora. Maduro se apresenta como o avô do socialismo, culpando as sanções dos EUA pelos problemas econômicos do país. Muitos ainda apoiam o movimento socialista, mesmo com críticas a Maduro.

“Não se trata de um homem, mas de um projeto”, disse Giovanny Erazo, em um evento de campanha. Outros votam em Maduro na esperança de benefícios para suas famílias, como caixas de alimentos.

Mesmo que Maduro manipule a votação, não está claro se isso levaria a uma agitação capaz de derrubá-lo. Desde 2013, pelo menos 270 pessoas morreram em protestos, deixando muitos com medo de sair às ruas. Muitos, frustrados, já deixaram o país.

Se Maduro não vencer em 28, ele poderia negociar uma saída favorável com González. O presidente é procurado nos EUA por tráfico de drogas e investigado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Manuel Christopher Figuera, ex-diretor do Serviço Nacional de Inteligência, acredita que Maduro dificilmente entregará o poder. “Maduro sabe que se ele entregar o poder, embora possa negociar sua saída, o restante desse bando de criminosos não poderá.”

Luisa Ortega, ex-procuradora-geral que fugiu depois de criticar o governo, alertou contra o “triunfalismo fatal” na oposição. “Uma avalanche de votos contra Maduro” poderia derrotá-lo nas urnas, mas isso “não se traduzirá necessariamente em uma vitória para nós.”

Fonte: revistaoeste

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