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Descubra como evitar a inflamação no intestino e combater a disbiose com Verônica Laino.

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O intestino é um órgão com diversas funções no nosso organismo. Ao contrário do que muitos pensam, ele não serve apenas para absorver nutrientes, formar fezes e eliminá-las.

Temos cerca de 100 trilhões de bactérias que vivem no nosso intestino, capazes de ajudar ou prejudicar nosso corpo dependendo da quantidade de micro-organismos bons e maus que estão vivendo ali.

Em torno de 70% de todas as nossas células imunes estão no nosso intestino e, para que todo o sistema imune seja regulado e faça a função de defesa do organismo, é preciso estarmos com as barreiras do intestino intactas. Essa estrutura está organizada na mucosa como placas de Peyer e é justamente a presença das bactérias boas que faz com que essa estrutura se mantenha intacta para que exerça as seguintes funções:

  • Digerir alimentos;
  • Concorrer com micro-organismos patogênicos;
  • Criam um ambiente desfavorável para as bactérias maléficas;
  • Neutralizar radicais livres, reduzindo a deterioração da mucosa do intestino;
  • Estimular a produção de munia que protege o intestino;
  • Modificar as toxinas das bactérias más para que elas não produzam danos;
  • Aumentar níveis de células de defesa.

Quando tudo está indo bem, todas essas funções ocorrem de maneira fluida e sem complicações. O problema é quando acontece o desequilíbrio, levando à disbiose, que é um intestino com focos de inflamação, resultado do rompimento da barreira de proteção.

Um intestino desprotegido se torna mais permeável, é como se o intestino fosse uma peneira de malha fina, que só deixa passar coisas boas. Quando o intestino fica inflamado, o que temos é uma peneira de malha grossa que acaba deixando passar muitas coisas que não eram interessantes. Esses compostos, muitas vezes tóxicos, atingem a corrente sanguínea, resultando em uma série de complicações como: obesidade, baixa absorção de nutrientes, doenças inflamatórias, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, desordens neurológicas e cânceres.

Por isso, o foco dentro da nutrição é sempre observar o intestino e incentivar o consumo de frutas, legumes, verduras e fibras, bem como alimentos e suplementos ricos em prebióticos e probióticos. Com um bom balanço desses alimentos, temos um intestino saudável.

Os prebióticos são fibras que servem de comida para o probióticos (que são as bactérias que vivem em nosso intestino). As fibras presentes nos alimentos estimulam a produção de bactérias boas, elas fazem isso através da fermentação lá no cólon, que produz ácidos graxos de cadeia curta, principalmente o acetato, propinado e butirato. Essas substâncias ajudam a reduzir a inflamação, ajudam na cicatrização, motilidade intestinal e também agem como fonte de energia.

Um prebiótico de boa qualidade precisa conter fibras solúveis (solúveis em água), presentes em alimentos como vegetais, aveia e lentilha, que vão ajudar na fermentação lá no cólon. Precisa também de fibras insolúveis (não solúveis em água), presentes em todos os vegetais, frutas com casca e cereais integrais, que vão ajudar a dar volume ao bolo fecal.

Por isso que o consumo de fibras está associado a uma redução de diversos tipos de doenças. É importante lembrar que as fibras só conseguem exercer o papel de prebióticos em um corpo bem hidratado, por isso o consumo adequado de água é imprescindível para um intestino saudável. Em média, calculamos que o ideal é consumir 35 ml de água por quilo de peso corporal, e distribuir isso ao longo do dia.

Outro ponto é a mastigação, de nada adianta comer os vegetais sem mastigá-los direito. Isso porque a mastigação e as enzimas digestivas que estão na saliva ajudam a quebrar os alimentos em pequenas partículas para que cheguem no tamanho correto no intestino delgado para as bactérias usufruírem.

Quando a gente come sem mastigar direito, o alimento passa para o estômago em um tamanho superior ao que o órgão consegue digerir e acaba indo para o intestino em partículas muito grandes. Lá, as bactérias boas não conseguem utilizar os alimentos e, muitas vezes, ocorre a putrefação do alimento, gerando gases, diarreia, constipação, dor abdominal, cólica, entre outros problemas.

De maneira prática, pessoas que não estão com uma boa saúde intestinal devem evitar alimentos com adição de açúcar e grãos processados, como arroz branco, farinha branca, pão branco, macarrão etc. No lugar, devem priorizar grãos integrais, alimentos fermentados (como kefir, iogurte, picles e chucrute), frutas, verduras e consumir bastante água.

Uma boa regra é incluir pelo menos um legume, uma verdura ou uma fruta em cada refeição, incluindo os lanches, e uma vez por dia consumir um alimento fermentado. Em todas as refeições deve se mastigar bem os alimentos e lembrar de tomar água ao longo do dia.

Fonte: uol

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