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Taise Spolti: Descubra se vale a pena fazer exame de IgE e IgG para alergias alimentares

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Você já foi a um profissional que solicitou exames para alergias ou intolerâncias alimentares?

Saiba que, no consenso da medicina, há de se ter uma cautela muito grande na interpretação de cada resultado. E, quando o paciente recebe a orientação para realizar tais exames, a conduta após o resultado pode se tornar uma luta equivocada, ou então, uma salvação para o paciente que se via rodeado de sintomas inexplicáveis até então.

As causas de muitos sintomas comuns, mas desconfortáveis ao paciente, muitas vezes são tratadas de formas individuais, como dor de cabeça tratada com medicamento para enxaqueca, dores musculares e articulares tratadas com anti-inflamatórios, constipação tratada com laxante, queda de cabelo tratada com medicamentos ou suplementos fortificantes, e assim por diante.

Na visão da abordagem integrativa, a primeira observação que temos que fazer com os pacientes é: o seu corpo responde ao estimulo que você está dando. Quer estimulo maior do que aquilo que comemos?

E é aqui que começam as buscas pela motivação que está levando o organismo a responder com tantas inflamações, dores, desconfortos, sintomas como perda de memória, saúde intestinal desregulada, queda de cabelo, deficiências nutricionais.

Se tratando de deficiências nutricionais, uma regra é clara: algum sistema natural do nosso organismo será afetado direta ou indiretamente, e isso acarretará em desequilíbrios que a longo prazo desencadeiam doenças.

Os exames que você com certeza já ouviu falar sobre intolerâncias alimentares, são basicamente dois tipos: mediados por IgE ou IgG.

IgE – são as imunoglobulinas responsáveis pela resposta a uma alergia. Elas geram respostas imediatas, como tosse, coceiras, edemas. Um sinal de resposta mediada pelo IgE é a rinite alérgica, e este é um sinal que o paciente pode ficar atento cada vez que come algum alimento ou produto e em seguida começa a ter espirros, coriza ou tosse.

A reposta mediada pelo IgE é a responsável pela anafilaxia, ou seja, o paciente está sob risco de vida, liberando histamina e outros mediadores. Os exames que utilizam IgE específico de alimentos têm como base a terapêutica de retirada desses alimentos, muito clássicos como camarão, frutos do mar, amendoim.

IgG – neste caso, as imunoglobulinas são mediadoras de resposta imunológica com ‘memória’, ou seja, não especificamente causam o risco imediato como a IgE, mas desencadeiam sinais e sintomas por longos períodos.

Sempre que o paciente consome alimentos que estejam nessas listas mediadas por IgG, ele terá um acúmulo dessas reações, que irão se estender e piorar com o tempo. Quando falamos em piora, me refiro aos sintomas, que pioram e se somatizam com o tempo, aumentando as inflamações, os desconfortos e principalmente aqueles relacionados com a saúde intestinal.

Mas será que tem validade?

O conceito de retirada de alimentos que estejam nessa lista enorme de intolerâncias com resultados apontados pelo IgG não é tão bem aceito assim. Os exames que demonstram alterações de IgG não necessariamente são conclusivos para retirada total do alimento, e é aqui que mora a dúvida: pra que fazer então?

O que o resultado irá mostrar é como o seu corpo está lidando com as proteínas e nutrientes encontrados em diversos alimentos (mais de 200 encontrados na lista), como forma de memória imunológica, ou seja, cada vez que você consome o alimento, desencadeará uma resposta com imunoglobulinas que serão produzidas e liberadas no seu organismo, para ‘atacar’ de alguma forma aquele alimento ou nutriente.

A retirada do alimento não mudará o jeito que sua imunoglobulina atenderá a um próximo chamado quando você consumi-lo, muito pelo contrário, alguns estudos apontam que você poderá ter uma reação mais severa mais pra frente, após longos períodos sem o consumo.

O que chamamos de exposição, é o tratamento em que o paciente faz a retirada, trata o organismo a ponto de reduzir as inflamações crônicas de baixo grau, e só então reintroduz os alimentos por meio de exposição controlada, diminuindo os riscos de novas respostas que lhe causem desconfortos.

Procure apenas realizar tais exames quando você tiver um profissional de saúde que saiba interpretar e atuar da melhor forma com sua alimentação, para que você não passe por retiradas de alimentos desnecessárias.

Fonte: uol

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