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Tecnologia

Eva Agricultura conquista primeiro lugar em competição de startups no Vale do Pinhão

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Um, dois, três, ignição! Era assim que cada startup finalista do 5º Pitch Live 2024 do Vale do Pinhão começava sua apresentação de três minutos para a avaliação de uma banca de doze jurados. Ao todo, 10 startups participaram da final que aconteceu na noite desta quinta-feira (16) no Hipe Innovation Center, em Curitiba, e que teve a Eva Agricultura como a grande campeã.
A Eva é uma startup curitibana criada em 2020 pelo estudante de agronomia Lorenzo Mesadri. A empresa foi concebida dentro do Programa Startup Garage da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com o Sebrae/PR, a partir de uma inquietação do seu fundador: a dificuldade que os moradores de centros urbanos encontram para cultivar seus próprios alimentos orgânicos. 
“Percebi que muitas pessoas não têm muito tempo para cuidar do que plantaram, e vi uma oportunidade de negócio aí. Quando comecei a plantar em uma das 170 hortas comunitárias de Curitiba, enfrentei as mesmas dificuldades de muitos moradores da cidade: falta de tempo devido ao trabalho e aos estudos, o que resultava em plantas que às vezes morriam por falta de cuidados. Essas dificuldades que eu enfrentava eram comuns a muitas outras pessoas também. E foi assim que surgiu a EVA Agricultura, uma solução para ajudar as pessoas a manter suas hortas saudáveis, mesmo com uma rotina agitada”, conta.
Foi a partir daí, também, que surgiu a ideia de desenvolver um produto que ajudasse as pessoas a cultivarem seus próprios alimentos orgânicos dentro de casa. Assim nasceu a Eva Baby, uma mini-horta com iluminação artificial inteligente que opera de acordo com luminosidade do ambiente. Outro produto desenvolvido pela startup é a EVA Dália, uma luminária LED para cultivo de hortas maiores que também auxilia no crescimento das plantas e gera uma economia de até 90% em relação às lâmpadas convencionais.
A Eva Agricultura foi duplamente premiada na final do Pitch Live 2024. Além de campeã da disputa, ela também foi a startup mais popular desta edição. O prêmio é concedido à startup que recebeu mais votos na votação popular iniciada depois da classificação dos 10 negócios que iriam concorrer à final.
A startup vencedora do Pitch Live Vale do Pinhão 2024 ganhou, entre os prêmios, seis meses de residência no Pinhão Hub (duas posições, em ocupação flexível); um curso da Escola Transformatória e 14h de mentorias com os especialistas da banca de jurados. 
Lorenzo Mesadri, da Eva Agricultura, campeã do Pitch Live 2024; João Berdu, cofundador da Jiantan, segunda colocada; e Mariana Ravedutti Paul, da E.Feito Social, que ficou em terceiro lugar. Crédito: Cecília Klepa/Agência Curitiba.
Lorenzo Mesadri, da Eva Agricultura, campeã do Pitch Live 2024; João Berdu, cofundador da Jiantan, segunda colocada; e Mariana Ravedutti Paul, da E.Feito Social, que ficou em terceiro lugar. Crédito: Cecília Klepa/Agência Curitiba.

Compensação de carbono

Em segundo lugar na competição ficou a Jiantan, startup de Maringá que oferece aos produtores rurais a oportunidade de serem remunerados pelo serviço ambiental de sequestro de carbono realizado pelas áreas de mata nativa ou recuperada em suas propriedades. Para isso, a empresa utiliza imagens de satélite para fazer a análise da integridade de preservação da mata e utiliza georreferenciamento para a localização da área a partir dos apresentados no Cadastro Ambiental Rural enviado pela plataforma da Jiantan pelo produtor rural. 
“Tudo é feito por análise de imagem, usando critérios para análise de preservação do bioma”, explica João Berdu, um dos fundadores da empresa.
Criada em setembro do ano passado, a Jiantan, que significa “remoção de carbono” em chinês, já estima um faturamento de R$ 355 mil até o fim de 2024. “Nossa ambição é maior até 2030. Mas, mais importante que o faturamento, é a recompensa financeira que cada produtor recebe por prestar o serviço ambiental”, diz Berdu.
A Jiantan também conquistou o terceiro lugar na votação popular deste ano.

Recursos para projetos sociais com o IR

A E.Feito Social foi a terceira colocada. O projeto nasceu para conectar pessoas físicas e jurídicas com projetos sociais, culturais e esportivos de todo o Brasil, utilizando o imposto de renda. “Somos esse elo de conexão. Atualmente, mais de 18 bilhões de reais por ano deixam de ir para projetos e ficam com o governo. A ideia é fazer essa conexão entre quem precisa, os projetos que não são executados, e quem tem potencial de contribuir, utilizando um dinheiro que, de qualquer forma, precisa ser pago”, explica Marina Ravedutti Paul.
O primeiro case da startup foi um projeto de natação para desporto em Maringá, focado na gestão para atletas e na inclusão de pessoas com deficiência física e intelectual. “Mas, hoje, temos também a Orquestra Sinfônica de Curitiba, projetos de automobilismo, e iniciativas em Salvador, Belém, Natal, entre outras localidades, abrangendo mais de 12 estados. Atendemos a todas as leis de incentivo federais, como as de imposto de renda, contemplando cultura, esporte, fundos para infância e adolescência, fundo do idoso, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD). Ou seja, atendemos todos os projetos que podem receber recursos do imposto de renda”, conta.
Mariana revela que o maior desafio da E.Feito Social atualmente é levar informação e educação para as pessoas físicas para que elas destinem seu IR para projetos. Esse esforço está sendo feito dentro de empresas, para que elas incentivem seus colaboradores a fazerem essa destinação.
O negócio acaba de completar um ano, mas já coleciona méritos. Além de estar duas vezes no pódio do Pitch Live (a startup ficou em segundo lugar na votação popular), ela acaba de chegar à final do Rocket 2024, o reality show de inovação e empreendedorismo da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), na órbita Vida. “Ainda somos uma empresa jovem, mas estamos começando a crescer”, completa Mariana.
Representantes das 10 startups finalistas (em pé) e os jurados (sentados) da 5ª edição do Pitch Live Vale do Pinhão. Crédito: Cecília Klepa/Agência Curitiba.
Representantes das 10 startups finalistas (em pé) e os jurados (sentados) da 5ª edição do Pitch Live Vale do Pinhão. Crédito: Cecília Klepa/Agência Curitiba.

Cidades inteligentes

Também disputaram a final desta quinta edição: Miggo Marketing; Resitrack; Tico e Tica Sensory; Soul Brasil Esportes; Ingee; Zeno e StickIn, vencedoras da etapa eliminatória, disputada por 20 empresas.
A escolha do tema do Pitch Live Vale do Pinhão para este ano – Cidades inteligentes para as pessoas – foi em consonância com outro importante evento sediado na capital paranaense, o Smart City Curitiba Expo 2024, que reuniu 16,8 mil pessoas em março. Atender ao tema foi um dos critérios de avaliação do júri especializado na avaliação dos finalistas.
De acordo com o coordenador de ambientes de inovação da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Marlon Alves Cardoso, foram consideradas quatro dimensões para a avaliação das soluções: empresa, equipe, produto e mercado. Além disso, segundo ele, houve uma avaliação subjetiva do material apresentado, sua vinculação com a empresa e com os temas propostos, bem como o desempenho do apresentador. Esses aspectos foram pontuados e, ao final, as classificações foram anunciadas. Na etapa final, o desempenho na votação popular foi adicionado à pontuação. A primeira colocada recebeu 15 pontos, a segunda 10 e a terceira 5, totalizando a pontuação final das empresas na competição.
“Além do voto popular, os três primeiros colocados se destacaram dentro da proposta, com um trabalho muito bem elaborado. O material apresentado foi de alta qualidade, com apresentações bem estruturadas, vinculação adequada aos temas propostos e modelos de negócio bem desenvolvidos pelos apresentadores”, destaca Cardoso.
“Estamos vivendo um momento em que a sustentabilidade do sistema global e a reutilização de recursos são fundamentais para o futuro imediato, não o futuro que desejamos, mas o que está se tornando realidade. O Pitch Live apresentou soluções nesse sentido. As três ideias mais bem classificadas têm como foco a consciência social e ambiental”, diz.

Vitrine para startups

O Pitch Live Vale do Pinhão 2024 é uma iniciativa da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação. A competição é uma grande vitrine para as empresas mostrarem seus negócios a potenciais investidores, por meio de uma disputa com avaliações técnicas que consideram dimensões como: empresa, equipe, produto e mercado, além de quesitos como potencial transformador, com análise de impacto na economia, sociedade e meio ambiente. Desde sua primeira edição, em 2020 (durante a pandemia), mais de 200 startups de diferentes estados já participaram do evento. 

E vem aí o GazzSummit Agrotechs

O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 12 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta sua vaga no site.

Fonte: gazzconecta

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo