Via @camaradeputados |Â A ComissĂŁo de PrevidĂȘncia, AssistĂȘncia Social, InfĂąncia, AdolescĂȘncia e FamĂlia aprovou o Projeto de Lei 3012/23, da deputada Juliana Cardoso (PT-SP) que torna ato ilĂcito o abandono afetivo de filhos por pai, mĂŁe ou representante legal, desde que efetivamente comprovadas as consequĂȘncias negativas do abandono.
Segundo o CĂłdigo Civil, o ato ilĂcito Ă© uma ação ou omissĂŁo que viola a lei e causa dano a alguĂ©m, com possibilidade de ser preciso reparar o dano. A proposta traz alteraçÔes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no CĂłdigo Civil para prevenir e compensar o abandono afetivo.
A possibilidade de penalizar tambĂ©m o representante legal (que pode ser o avĂŽ, a avĂł, o tio, a tia, o irmĂŁo) pelo dano causado pelo abandono afetivo foi incluĂda por recomendação da relatora da proposta, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).
Ela tambĂ©m inclui no texto a necessidade de comprovar as consequĂȘncias negativas do abandono para que seja considerado ato ilĂcito. âĂ preciso que o magistrado tenha cautela ao decidir e veja cada caso de forma especĂfica, para que a indenização nĂŁo seja vista apenas como uma âmonetarização do afetoââ, disse.
Segundo a deputada, o abandono afetivo Ă© grave, mesmo com a ajuda financeira. âO menor necessita de amor e carinho tanto quanto necessita de dinheiro para seu sustento, visto que ele pode crescer com os melhores bens materiais, mas nĂŁo tem o afeto que precisa do genitor para crescer de maneira saudĂĄvel.â
Conselho tutelar
O conselho tutelar deverå adotar medidas para prevenir o abandono afetivo de crianças e adolescentes por seus pais. Os conselheiros poderão notificar pai ausente para aconselhamento ou outro encaminhamento, inclusive indenização por danos pelo abandono afetivo.
Pela proposta, o Poder PĂșblico promoverĂĄ campanhas de conscientização e prevenção do abandono material e afetivo, com ĂȘnfase na responsabilidade compartilhada e na participação ativa de ambos os pais na criação dos filhos.
PrĂłximos passos
A proposta ainda serå analisada em caråter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Laura Carneiro: âAbandono afetivo Ă© grave, mesmo com ajuda financeiraâ
Reportagem â Tiago Miranda
Edição â Ana Chalub
Fonte:Â @camaradeputados