A Universidade de São Paulo () explicou à Justiça os motivos de ter negado a vaga ao candidato Alison dos Santos Rodrigues, aprovado em medicina por meio da cota para pretos, pardos e indígenas. .
Segundo a universidade, os motivos foram estes: “boca e lábios finos”. Além disso, a USP alega que Rodrigues tem pele clara e “se apresentou com o cabelo raspado” — o que impediu a bancada de identificá-lo adequadamente.
A USP também afirma que o candidato “foi submetido a procedimento bastante criterioso” para a avaliação, com múltiplas conferências e bancas diferentes.
Os critérios definidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os aspectos de pretos e pardos a serem considerados nos processos seletivos são:
- Textura do cabelo (crespo ou enrolado);
- Nariz largo;
- Cor da pele (parda ou preta); e
- Lábios grossos e amarronzados.
Ao longo deste ano, a USP tem tido alguns problemas com candidatos que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas. De janeiro a março, .
Glauco Dalalio do Livramento, um dos postulantes rejeitados, . A defesa dele disse que o procedimento de averiguação feito pela USP foi inconstitucional.
A política de cotas da USP aloca 50% de suas vagas de graduação para estudantes da rede pública. Dessas, 37% são especificamente para candidatos pretos, pardos e indígenas.
Em nota, a instituição defendeu seu modelo de cotas. “O desenho da política tem revelado a sua eficácia, respondido às metas e mostrado que os critérios acordados não se confundem com um tribunal racial, mas com a efetividade de uma política pública fundamental para o Brasil”, argumentou.
Fonte: revistaoeste