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Política

Emanuel se encontrou com delegado da Polícia Civil para impedir operações em troca de decisão judicial favorável

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Conteúdo/ODOC – No relatório do Ministério Público Estadual (MPE), que resultou no novo afastamento do cargo do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), revela que o gestor da capital tinha influência com autoridades policiais, e que inclusive tentou “frear” uma das operações ao qual era alvo.

A decisão pelo afastamento de seis meses foi proferida nesta segunda-feira (4), pelo desembargador Luis Ferreira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, acatando um pedido do MP, que acusa o gestor pela suposta prática de organização criminosa. No relatório assinado pelo promotor Carlos Roberto Zarour Cesar, Emanuel teria atuado com objetivo de causar “sangria dos cofres públicos”, sobretudo na pasta da Saúde municipal. O prejuízo estimado ao erário seria de R$ 350 milhões.

De acordo com o documento ao qual a reportagem de O Documento teve acesso, as informações foram tiradas de interceptação no celular do prefeito. O aparelho de Emanuel foi interceptado em agosto de 2023 e nele foi encontrado conversas com um escrivão da Polícia Civil, que era lotado na época na Delegacia de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública.

Identificado pelas iniciais R.O.M.M. o escrivão afirma ao prefeito que é homem de confiança de um delegado, e chegou a agendar uma reunião entre ambos, que ocorreu. Os documentos ainda revelam que o servidor da PJC avisou Pinheiro sobre o retorno de uma autoridade policial que iria frear as investigações em seu desfavor.

“Menciona o sobredito Relatório que “R. menciona que o retorno do Delegado à Delegacia de Combate à Corrupção – DECCOR iria favorecer ao prefeito, quando afirma que o citado delegado frearia as investigações em desfavor do prefeito, pois justificaria uma provável troca de favores ao solicitar intermediação do prefeito visando a celeridade de uma decisão por um desembargador que por consequência agilizaria o retorno do delegado”, diz trecho do documento.

Para o promotor, os fatos encontrados eram gravíssimos e  por isso, seria prova suficiente para o imputar o comando da organização criminosa em questão a Emanuel Pinheiro, ainda composta pelo seu assessor executivo da Secretaria Municipal de Governo de Cuiabá e braço direito, Gilmar Cardoso e pelos ex-secretários a pasta Célio Rodrigues e Milton Corrêa da Costa, também alvos da decisão.

Conforme a decisão, Pinheiro está proibido de deixar a capital sem autorização judicial, de manter contato direto ou indireto com servidores, agentes políticos e os demais investigados, e de frequentar a sede da prefeitura e outros órgãos ligados ao município.

Essa é a segunda vez que o prefeito é afastado do cargo. A primeira ocorreu em outubro de 2021, também por ordem de Luiz Ferreira,  no âmbito da Operação Capistrum, que investigou um suposto esquema de contratação irregular de servidores na Secretaria Municipal de Saúde.

Na ocasião foram cumpridos mandados de afastamento do cargo de Emanuel, do seu chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto, e da secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza. Monreal Neto chegou a ser preso.

Ainda foram alvos a primeira-dama Márcia Pinheiro e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.

Fonte: odocumento

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