O ministro Luiz Edson Fachin, do , manteve, nesta quarta-feira, 28, a prisão de Sergei Vladimorovich Cherkasov, suposto espião russo preso no Brasil no ano passado, por falsificação de documentos e outros crimes. Cherkasov seria integrante de uma organização criminosa de venda de heroína em seu país.
Fachin analisou um pedido da Defensoria pública da União, que solicitou a liberdade cautelar. O motivo: o crime pelo qual Cherkasov foi condenado no Brasil já permitiria que ele passasse a cumprir a pena de cinco anos e dois meses em regime aberto.
“Não há elementos para concluir que a prisão preventiva perdeu a sua instrumentalidade quanto à fase executiva da extradição, ao contrário, a necessidade e adequação da medida ainda persistem, diante da ausência dos requisitos do art. 86 da lei 13.445/2017, para concessão da prisão domiciliar ou restrições substitutivas, sobretudo porque o extraditando foi condenado pelo uso de documento falso, utilizado no contexto migratório”, argumentou o juiz do STF.
Ainda conforme Fachin, Cherkasov evadiu-se da Rússia “para se furtar das suas responsabilidades penais”. “Mesmo sendo procurado pelos crimes ocorridos na Rússia, persistiu na prática de atos ilegais no tempo em que permaneceu no Brasil, sendo condenado pelaJustiça brasileira em razão do crime de uso de documento público falsificado”, observou o magistrado. “Ademais, responde a procedimentos criminais referentes a possíveis atos de espionagem, lavagem de capitais e corrupção e corrupção passiva.”
Preso no ano passado, Cherkasov está detido em um presídio federal de segurança máxima de Brasília.
O homem é investigado em um caso sigiloso que apura sua atuação em um esquema de espionagem.
Cherkasov teve os bens bloqueados e os sigilos bancário e telemático quebrados para se averiguar se ele atuou como espião a serviço da Rússia no Brasil, nos Estados Unidos e na Irlanda, e se praticou os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva para encobrir sua identidade.
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Fonte: revistaoeste