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Ex-embaixador israelense alerta: crise diplomática entre Brasil e Israel atinge níveis alarmantes

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O ex-embaixador de Israel no Uruguai, Dori Goren (2009-2014), considera que o atual desentendimento entre os governos de Israel e do Brasil é o mais grave na história desta relação bilateral, iniciada em 1949.

“Esta é a maior crise diplomática entre Brasil e Israel”, disse a o ex-diplomata, que também foi cônsul de Israel em São Paulo e região Sul do Brasil (2016-2019).

Para ele, no entanto, há muitos pontos em comum entre os dois países que deverão impedir um rompimento de relações diplomáticas.

“Existe uma amizade histórica entre os dois países”, ressalta. “E isso aparece em todos os aspectos: entre os povos, na cultura, na economia e ultimamente também na área de Ciência e Tecnologia. Um rompimento entre governos seria um movimento contrário a todo esse cenário de integração.”

A situação ganhou contornos de crise no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, no domingo 18, em Cúpula da União Africana, que as ações de Israel em Gaza se assemelham às dos nazistas no governo de Adolf Hitler.

No dia seguinte, o governo israelense passou a considerá-lo persona non grata e repreendeu o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, com uma reunião, fora do protocolo, no , para que ele visse um pouco das atrocidades cometidas pelos nazistas contra os judeus.

A reação de Israel irritou o governo de Lula, que também repreendeu o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine.

Desentendimentos anteriores nas décadas recentes

Yigal Palmor ex-porta-voz Ministério Israel
Yigal Palmor É Ex-Porta-Voz Do Ministério Das Relações Exteriores De Israel | Foto: Reprodução/Twitter/X

Goren cita outros dois grandes momentos de tensão entre os dois países nos últimos tempos.

Um deles ocorreu em 2014, quanto Ygal Palmor, então porta-voz da chancelaria de Israel, chamou o Brasil de Anão Diplomático, depois de o país, cuja presidente era Dilma Rousseff (PT), chamar de volta o embaixador brasileiro, Henrique da Silveira Sardinha Pinto, em Tel Aviv durante outro confronto envolvendo Israel e o Hamas.

“Palmor acabou demitido por causa disso, mas era um bom profissional e uma pessoa querida”, lembra Goren.

Também durante o governo Dilma, em 2015, outro desentendimento levou Israel a ficar por 14 meses sem um embaixador formal no Brasil.

Isto porque, ela rejeitou a nomeação de Dani Dayan como embaixador israelense em Brasília, acusando-o de ter sido um colono em territórios ocupados.

Somente em janeiro de 2017, já sob o governo de Michel Temer, o Itamaraty concedeu o agrément a Yossi Sheli, que passou a ser o embaixador.

Fonte: revistaoeste

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