O magnata suíço Hansjörg Wyss, de 88 anos, tem chamado a atenção da direita dos . Ele é apontado por conservadores do país como um “novo George Soros”, o bilionário húngaro que financia a esquerda ao redor do mundo.
Com uma fortuna estimada em US$ 10 bilhões (R$ 49 bilhões) e coproprietário do clube inglês Chelsea, Wyss é fundador da Synthes, fabricante multinacional de dispositivos médicos.
Assim como Soros, o empresário também investe em filantropia, realizando doações para iniciativas climáticas, saúde e educação, sobretudo de causas liberais e progressistas.
Um dossiê de oito páginas mostra que o magnata suíço pode influenciar nas eleições presidenciais dos EUA de 2024. O relatório retrata Wyss com um “caixa eletrônico de dinheiro obscuro” e um plano secreto para o país.
O documento foi preparado pela organização sem fim lucrativos Americans for Public Trust, ligado ao conservador norte-americano Leonard Leo.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Leo disse que “já passou da hora de o movimento conservador estar entre as fileiras de George Soros, Hansjorg Wyss, Arabella Advisors e outros filantropos de esquerda, lutando lado a lado na defesa de nossa Constituição e seus ideais”.
O dossiê revela a preocupação com as doações de Wyss por meio do chamado dark money (“dinheiro obscuro”, em português), que é de difícil rastreamento para financiamentos.
Ninguém contesta que Wyss, que mora em Wilson, no Estado de Wyoming, nos EUA, doou muito dinheiro no país. E certamente tem muito mais para doar.
Desde 2016, a fundação filantrópica do magnata, a Wyss Foundation, doou mais de US$ 807 milhões (R$ 3,9 bilhão) nos Estados Unidos, segundo uma análise das declarações fiscais feitas pela Boomberg News.
No mesmo período, o braço jurídico e lobby da fundação, o Berger Action Fund, doou mais de US$ 343 milhões (R$ 1,6 bilhão) para grupos liberais, entre eles aqueles que lutam contra os esforços republicanos de manipulação de distritos eleitorais e financiam comitês de ação política democratas.
Os grupos de Wyss afirmaram que impõem restrições para que as doações sejam usadas diretamente para influenciar campanhas políticas nos EUA ou beneficiar candidatos específicos.
A lei federal proíbe que estrangeiros façam contribuições ou doações direta ou indiretamente relacionadas a eleições federais, estaduais ou locais ou anúncios que promovam candidatos políticos nos Estados Unidos.
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Porém, o magnata suíço tem ocupado uma posição central em círculos de influência. Ele é membro do conselho do Center for American Progress, uma think tank – instituição que se dedica a produzir conhecimento sobre temas políticos, econômicos ou científicos – com estreitos laços com o Partido Democrata.
A Americans for Public Trust apresentou uma queixa à Comissão Eleitoral Federal (FEC, na sigla em inglês) em 2021 alegando que os grupos de Wyss estavam violando as regulamentações de financiamento de campanha dos EUA que proíbem contribuições de estrangeiros.
A FEC investigou e em 2022 não encontrou evidências de irregularidades, embora o consultor jurídico geral da agência tenha criticado os grupos por não fornecerem evidências dos “acordos restritivos de doação”.
Fonte: revistaoeste