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Familiares de reféns se encontram com secretário-geral da ONU e exigem: ‘Atenção total’

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Familiares e amigos de sequestrados em Gaza cobraram o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, por, segundo eles, não fazer o suficiente para ajudar na campanha pela libertação dos reféns. E o acusaram de demonstrar pouca preocupação com a situação deles. Os representantes se reuniram com Guterres na noite desta quinta-feira 14, em Nova York.

Ye’ela David, cujo irmão Eviatar é refém em Gaza, interpelou o secretário-geral.

“Se quer a paz, tudo bem, mas você não pode dizer algo que justifique o massacre… Olhe-me nos olhos”, disse ela, conforme informou o Canal 12.

“Você precisa ir aos kibutzim e ao local da festa [Supernova, onde várias pessoas foram assassinadas], visitar Israel e ver o que nossos entes queridos passaram. Isso é o que um verdadeiro líder faz.”

O jornal The Times of Israel contou ainda que Hadar Cohen, de 19 anos, cujo irmão gêmeo, Nimrod, está mantido em cativeiro em Gaza, foi além. Presenteou, de forma irônica, o secretário-geral com um prato de arroz e pão pita, para ilustrar a escassa comida que os reféns libertados contaram que receberam.

“Parece normal para você que seja isso que eles comem?”, ela perguntou, ainda segundo o Canal 12. “Não é suficiente para uma criança, certamente não para um adulto. Estes são direitos humanos básicos.”

“Meu irmão gêmeo está em cativeiro há 70 dias”, prosseguiu Hadar. “Você sabe o que significa não saber se ele está comendo ou dormindo? Se ele está sendo espancado?”

Guterres argumentou para as famílias que tinha feito preparativos para tentar visitar Israel, mas que o governo não lhe respondeu.

O diplomata expressou solidariedade às famílias dos reféns. No entanto, afirmou que não tinha força nem autoridade para libertá-los pessoalmente do cativeiro, segundo o jornal.

“Eu gostaria de ter feito isso”, disse ele em comentários vazados traduzidos para o hebraico.

“Se eu tivesse esse poder, estou lhe dizendo: a primeira coisa que eu faria seria trazê-los para casa, porque este é um crime terrível que tem um impacto duradouro.”

Leia também: “O Hamas não quer a paz”, reportagem de Dagomir Marquezi publicada na edição 188 da Revista Oeste

“Não estou dizendo que é melhor quando alguém morre, mas quando um membro da família morre, ficamos de luto e podemos seguir em frente”, continuou Guterres.

“Mas quando alguém é sequestrado, e não sabemos o que está acontecendo com essa pessoa, sei exatamente o que isso significa e por que é tão significativo e apoio totalmente você.”

Israel pede a saída de Guterres

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Kibutz Nir Oz Foi Destruído Pelos Terroristas | Foto: Reprodução/Instagram

O secretário-geral acrescentou que está em conversas com líderes para que eles intermedeiem negociações pela libertação dos reféns.

Ele citou contatos com o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, e com o primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, com o objetivo de encontrar uma solução.

Entre 24 de novembro e 1° de dezembro, durante uma trégua nos combates, 105 reféns civis foram libertados, em troca de prisioneiros palestinos em Israel.

Há a estimativa de que 132 sequestrados ainda estejam sob controle dos terroristas, segundo o The Times of Israel.

Antes da pausa, quatro reféns haviam sido libertados e um, resgatado pelas tropas.

Foram recuperados corpos de oito reféns. A informaram que 20 dos reféns que ainda estão nas mãos do Hamas foram mortos.

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Outro parente dos reféns, Maurice Schneider, acusou a ONU e a Cruz Vermelha de estarem apoiando somente um lado, o do Hamas, nesta guerra.

“Só vejo dessa maneira, não vejo preocupação com o nosso lado”, disse, em entrevista dos parentes em São Paulo, na quarta-feira 14. “Há um lado que sofre e outro [o Hamas] que desfruta do nosso sofrimento.”

Schneider é peruano-israelense, mora em Nova York e participa de campanha pela volta dos reféns.

Ele é tio-avô das crianças Bibas, os meninos de Ariel, 4 anos, e Kfir, de 10 meses, sequestrados ao lado dos pais, Shiri e Yarden, em um kibutz, nos ataques do Hamas em 7 de outubro.

Israel declarou guerra ao Hamas depois da invasão do grupo terrorista, que deixou cerca de 1,2 mil mortos no sul do país.

O governo de Israel, descontente com a conduta de Guterres, defende a demissão do secretário-geral. O ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen se enfureceu com nova carta de Guterres, em que ele pede novo cessar-fogo.

Cohen definiu o mandato do chefe da ONU como “um perigo para a paz mundial.” Guterres chegou a dizer que “os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo.”

Fonte: revistaoeste

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