De repente o amor quadriplicou. Foi o que ocorreu com um casal que adotou de uma só vez quatro irmãs de 12 anos, 11 e gêmeas de 9. As meninas nem acreditam. É tanta emoção que até quem está acostumada a processos de adoção se surpreendeu.
O vídeo mostrando que o “processo de nascimento” é semelhante a um parto, em que cada uma das irmãs nasce, viralizou nas redes: mais de 1 milhão de visualizações.
Também pudera, a sensibilidade da Scheila Freimer Yoshimura foi impressionante. Ao Só Notícia Boa, ela contou que houve um mútuo encantamento entre o casal e as irmãs de Florianópolis (SC), que viviam há um ano na Casa Lar Semente Viva.
O nascimento
A pedido da mãe, Scheila gravou um vídeo, explicando as irmãs que ali no encontro com os pais elas estavam nascendo, uma alusão ao parto que é algo individual. A palavra adoção não foi mencionada.
“Os papais querem que cada uma nasça individual porque quando tem quatro não nasce tudo de uma vez, mesmo quando são gêmeos”, afirmou Scheila no vídeo, segurando as mãozinhas das meninas e encaminhando aos pais.
Ao Só Notícia Boa, Scheila disse que o momento foi intenso até para ela.
“Foi muita emoção, mas a gente fez despretensiosamente porque as meninas vinham sendo preparadas e aguardavam por aquele momento.”
No vídeo, as irmãs e os pais não contêm as emoções. Abraços, beijos e muito carinho. Um amor cultivado, desde o ano passado, quando começaram os primeiros contatos via vídeo.
Ao abraçar uma das meninas, a mãe fez uma declaração de amor muito especial.
“Que você seja muito feliz. Que o sol seja brando sobre sua cabeça, que o caminho seja sempre macio e que a bênção do Senhor te projeta”, disse a mãe, abraçando e beijando a filha.
A cena da família inteira junta num grande abraço é simbólica. “É um parto literalmente”, reagiu a mãe ao lado do pai, que acenava com a cabeça.
Com a chegada das meninas, os pais que têm dois filhos biológicos, um deles autista, agora somará uma grande família. Serão seis filhos.
O amor sempre vence
O casal que mora fora de Santa Catarina construiu lentamente a ligação para o processo de adoção das quatro irmãs futuras filhas.
Apenas na última semana, os pais alugaram um apartamento perto da instituição para passarem dias com elas para este momento de fortalecimento de vínculos.
“Logo no primeiro dia, elas [as irmãs] chamaram ‘papai’ e ‘mamãe’. Foi um pertencimento muito especial. Uma história muito especial”, afirmou Scheila, dizendo que ela mesma, depois de tantos anos, surpreendeu-se com o que viu.
Para Scheila, que há 12 anos passou a se dedicar exclusivamente à Casa Lar Semente Viva, o amor supera as dificuldades.
“São pessoas simples, mas com uma inteligência emocional muito grande. Sabem que terão desafios por causa de uma adoção tardia, mas saberão lidar muito bem. Uma história construída com muita segurança.”
Confiante em mais finais felizes, Scheila disse que o lema da Casa Lar Semente Viva é bem simples e direto: “O amor sempre vence”.
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Os vídeos
Scheila, que foi jornalista por anos, resolveu fazer vídeos com as meninas em que elas falavam um pouco sobre a vida, expectativas e como eram.
Nos vídeos, como quaisquer crianças, as irmãs falavam que se amavam, mas também brigavam muito. Cantavam, dançavam e comentavam sobre o cotidiano delas.
As meninas estavam no “Busca Ativa”, destinado às crianças e aos adolescentes que não têm perfil no cadastro do Judiciário. Com autorização judicial, ali são postados vídeos, fotografias e histórias apresentando as crianças e os adolescentes que aguardam adoção.
“O que aconteceu é que os vídeos encantaram o pai que logo chamou a mãe para conhecer as meninas e aí tudo começou”, afirmou Scheila.
O pai que é músico amador ficou maravilhado com as meninas que amam música. Segundo Scheila, este foi o ponto de partida, uma espécie de “start” (início), e a história da nova família começou aí.
Para Scheila, o processo de adoção é de construção principalmente quando envolve crianças que foram destituídas das famílias biológicas pelos mais diversos motivos.
Como são meninos e meninas que vêm de lares em que a dor por temos prevaleceu, é preciso mostrar o oposto. “Na Casa Lar, fazemos esta transição com muito amor, carinho e compreensão”, ensinou ela.
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Fonte: sonoticiaboa