Apesar do tempo quente e dos desafios da travessia, milhares de imigrantes tentaram cruzar a fronteira entre Estados Unidos e México nesta sexta-feira, 12, após a queda das restrições impostas pelo Título 42, que permitia a expulsão de pessoas indocumentadas sem que tivessem a chance de pedir asilo. Promulgada em 2020 pelo ex-presidente americano Donald Trump por causa da pandemia de Covid-19, a medida teve continuidade no governo do presidente americano Joe Biden.
Com o término das limitações, novas regulações de combate à imigração ilegal foram impostas sob o comando de Biden. A partir desta sexta-feira, autoridades americanas recusarão pedidos de asilo de pessoas que não tenham procurado abrigo em um dos países cruzados durante a viagem ou que não tenham realizado a inscrição online na plataforma do governo.
Defensores da imigração representados pela American Civil Liberties Union contestaram, no entanto, a legalidade da decisão. De acordo com os ativistas, a nova regra fere leis americanas e acordos internacionais, sendo apenas uma versão atualizada de uma medida proposta por Trump que foi posteriormente derrubada. Eles entraram, então, com um pedido para que o juiz responsável por bloquear a ordem do republicano analisasse também as de Biden.
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A ação contra o democrata está sendo movida no tribunal federal de São Francisco pelo Centro de Estudos de Gênero e Refugiados. Biden, por sua vez, alega que as novas regras estão sendo implementadas pela estagnação da reforma de imigração no Congresso americano há décadas.
O secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, apoiador da regulação, pediu para que os imigrantes não acreditem nas “nas mentiras dos contrabandistas” de que as fronteiras estariam abertas e que evitem a travessia perigosa para entrar no território americano. Segundo a agência de notícias Reuters, parte dos imigrantes havia escutado que o cruzamento seria ainda mais difícil após o fim do Título 42 e, por isso, estavam tentando entrar nos Estados Unidos antes que a nova leva de regras fosse oficialmente promulgada.
Autoridades americanas rejeitaram pedidos de asilo 2,8 milhões de vezes, número que não leva em consideração o cruzamento de dados, no período em que a medida de Trump esteve ativa. Com a intensa chegada de imigrantes, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA informou que a capacidade máxima de detentos já foi atingida. Mais de 10.000 apreensões diárias foram registradas nesta semana.
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Como consequência à superlotação, os agentes da Alfândega liberaram sem aviso prévio na quarta-feira, 10, detentos para que comparecessem ao tribunal de imigração, órgão responsável por analisar os pedidos de asilo, sob as instruções de que os indocumentados deveriam se apresentar a um escritório de imigração mais tarde. Um juiz da Flórida, no entanto, bloqueou a ação dos funcionários da fronteira por não seguir devidamente os procedimentos regulatórios.
Em resposta, a decisão foi contestada por autoridades da Alfândega, que relataram uma situação “superlotação insegura” nas instalações voltadas para a imigração ilegal. No início do mês, a presença militar na divisa entre México e Estados Unidos, que já conta com 2.700 soldados da Guarda Nacional, foi incrementada com a chegada de 1.500 militares da ativa em uma tentativa da administração de Biden de impossibilitar a chegada de imigrantes.
Com foco nas próximas eleições, o presidente procura minimizar o ataque de republicanos a partir da redução das travessias ilegais ao país. Desde que Biden assumiu a Casa Branca, em 2021, EUA registraram recorde de 4,6 milhões de prisões de imigrantes ilegais.
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Fonte: Veja