Mulher processa ex-marido e ganha indenização milionária por 27 anos de serviço doméstico
Ivana Moral, de 48 anos, recebeu uma indenização no valor de 200 mil euros, aproximadamente 1,1 milhão de reais. A mulher processou o ex-marido pelos 27 anos de serviço doméstico na casa deles e ganhou a ação na justiça. A decisão foi definida pelo tribunal de Vélez-Málaga, município da Espanha.
O ex-marido de Ivana foi condenado por duas décadas em que a mulher se dedicava exclusivamente a cuidar das filhas e de tarefas do lar e da academia dele, enquanto o homem esbanjava dinheiro.
A mulher afirmou que chegava a trabalhar mais de 10 horas por dia, abrindo mão de . “Minhas habilidades eram sempre diminuídas.”
Homem é condenado a pagar à ex-esposa 27 anos de salário por trabalho doméstico. Mulher se dedicou apenas ao serviço no lar por todo esse tempo e seu marido impedia que ela arrumasse um emprego. Enquanto o homem só pensava em luxo, a esposa e as duas filhas viviam em condições degradantes.
O ex-casal tem duas filhas e a decisão afirma que Ivana passou quase todo o tempo cuidando da família e trabalhando como dona de casa durante o casamento. “No julgamento ficou provado que esta mulher, , e casada em regime de separação de bens, se dedicou essencialmente ao trabalho doméstico desde que casou, isto é, cuidando da casa e da família com tudo que isso implica”, diz trecho da sentença.
A mulher argumentou que, enquanto ela se dedicava ao lar, o marido, que é dono de uma rede de academias, pensava apenas na aquisição de veículos de luxo e imóveis. “Foi uma luta contínua em que eu chorei e sofri muito, sempre me entreguei, mas fui perdendo a fé aos poucos”, afirmou.
No período em que estava casada, Ivana Moral tinha planos e sonhos, que não eram levados a sério pelo marido. “Eu queria ter meu , mas trabalhei para ele, sem nunca receber. Sempre apoiei meu marido e nunca tive acesso a seus negócios financeiros; tudo estava no nome dele”, disse ela.
Enquanto o marido esbanjava com artigos de luxos, Ivana Moral afirma que faltavam materiais básicos para as filhas. “Vivia na miséria, de pés e mãos amarrados, mendigando algo”, afirmou. A mulher completou: “Eu me sentia ameaçada economicamente, sem valor, sempre dependendo da mesma pessoa”.
Apesar de tudo, Ivana disse não se arrepender de ter se , caso contrário as meninas passariam dificuldades, uma vez que o pai sempre foi ausente.
Depressão e violência psicológica
A mulher contou ainda que passou por repetidos episódios de e que tinha muita dificuldade em se desvencilhar do agora ex-marido.
“Teve uma vez que ele me isolou em uma fazendo em Alhama de Granada. Sempre me manteve longe da minha família para que a situação pudesse continuar igual”, afirmou.
Foram esses e outros episódios que levaram Ivana a um quadro depressivo. “Eu não conseguia me desassociar, era como um cão-guia que estava sempre atrás dele.”
Fim do pesadelo
Após todo esse sofrimento, Ivana teve uma notícia boa. Ela será indenizada com uma quantia referente a aplicação do Salário Mínimo Interprofissional para cada ano desde 1996.
Além disso, o ex-marido de Ivana também foi condenado a para as filhas do casal. As filhas apoiaram a atitude da mãe em processar o pai.
Sobre o caso, a advogada de Ivana disse. “Ficou provado que esta mulher, mãe de duas filhas e casada em regime de separação de bens, se dedicou essencialmente ao trabalho doméstico desde que casou, isto é, cuidando da casa e da família com tudo que isso implica.”
Agora, com a vitória no tribunal, Ivana comemorou. “Estou muito feliz, porque acho que a sentença foi bem merecida”, encerrou.
Fonte: melhorcomsaude