Em movimento contrário ao feminismo, novos termos e movimentos misóginos surgiram nos últimos meses nas redes sociais. Entretanto, os propagadores usam o formato de coaching para divulgar suas ideias.
Em seguida, conheça a misoginia camuflada de mentoria, as problemáticas por trás dos redpillanos, como agem os homens sigma e tudo sobre Thiago Schutz, apelidado de calvo do Campari.
O que é ser um red pill?
O termo red pill viralizou na últimas semanas depois que Thiago Schutz, dono da página “Manual Red Pill”, participou de um podcast em que teve falas misóginas.
Após criticar uma mulher que lhe ofereceu cerveja enquanto estava bebendo Campari, a internet apelidou Thiago de “Calvo do Campari”.
Mas afinal, o que é ser um red pill? Os seguidores do movimento acreditam na superioridade masculina em relação às mulheres e na necessidade despertar de um sono profundo da realidade.
O termo faz referência ao filme Matrix, no qual o personagem Neo precisa escolher entre a pílula azul, que significa viver na ilusão, ou a vermelha, que liberta do mundo imaginário.
Logo, os redpillados pensam que o feminismo é o contrário do machismo. Assim, eles acham que precisam combater a dominação feminina da sociedade, a qual é favorecida pelo sistema.
Nas redes sociais, Thiago Schutz ensina homens a valorizarem sua masculinidade em um perfil que conta com mais de 300 mil seguidores.
Assim, ele propaga ódio contra as mulheres por meio de ideias que considera elas como infiéis, sem caráter, manipuladoras, opressoras e objetos sexuais de prazer.
Qual é o significado do sigma?
Os homens que se classificam como “sigma” dizem ser um “alfa”, aquele que tem sucesso social, mas com uma personalidade introvertida.
Em redes sociais, como Tik Tok, os “sigmas” dizem serem como lobos solitários e adorados pelas mulheres.
Então, com ar de superioridade, se consideram raros e segregam as mulheres em grupo de valores, propagando a misoginia.
Conclusão: qual é a realidade e os efeitos desses movimentos misóginos?
As ideias propagadas por esses homens contrariam a realidade e os dados comprovam isso. Em 2022, cerca de 18,6 milhões de brasileiras relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha.
O porcentual de 35 mulheres agredidas fisicamente ou verbalmente por minuto no Brasil é o maior já registrado pelo levantamento.
Para o psicólogo José Rezende, o “Red Pill” é uma nova roupagem para toda a misoginia e o machismo da sociedade. E ele ainda considera o movimento perigoso:
Muitos dos conteúdos disseminados entre os grupos vêm disfarçados de autoajuda e se camuflam em formato coaching, assim como acontece com Thiago Schutz.
Como resultado, a ascensão e aumento de adeptos a esses tipos de movimento apresenta riscos para as que vivem a realidade.
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Fonte: fashionbubbles