O próximo presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro-brigadeiro Joseli Parente Camelo, apoiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de centralizar os julgamentos daqueles que participaram as manifestações de 8 de janeiro. Ele proferiu a declaração na terça-feira 28.
“Li e reli a decisão do ministro Alexandre de Moraes e entendi que está muito bem fundamentada”, disse Camelo, em entrevista ao jornal O Globo. “Não vejo, no geral, que tenham sido crimes militares.”
De acordo com o ministro-brigadeiro, crimes cometidos por militares em atividade devem ser considerados crimes militares apenas se forem contra o patrimônio que esteja sob administração militar ou contra a ordem administrativa militar. “Não vejo que houve isso”, observou.
Cameli disse ainda que o ministro do Supremo “entende muito bem” o papel da Justiça Militar. “Não há afronta de maneira alguma com a decisão de Moraes”, salientou. “Entendo que as decisões do STF devem ser cumpridas e respeitadas.”
O próximo presidente do STM elegeu-se em dezembro e toma posse em duas semanas. Ele tem relação antiga com o Partido dos Trabalhadores (PT). Cameli pilotou para a ex-presidente Dilma Rousseff e para Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, por escolha da Aeronáutica. Também calcula ter pilotado cerca de 10 mil horas nos 12 anos na Presidência. Conforme o ministro-brigadeiro, a lista dos mais de 90 países aos quais levou os petistas está fixada na parede que divide seu gabinete e o corredor do 4º andar do STM.
Caserna na mira
Na segunda-feira 27, Moraes abriu investigação sobre a participação de militares da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas nos atos de 8 de janeiro. De acordo com o magistrado, cabe ao Supremo julgar militares que se envolveram nos protestos.
Fonte: revistaoeste