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A catástrofe do inferno gelado nos Estados Unidos

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Quem esperava uma charmosa neve natalina, tal qual a dos filmes cheios de clichês sobre esta época do ano, teve uma terrível surpresa. Uma tempestade que se formou na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá derrubou as temperaturas, provocou rajadas de ventos assustadoras e causou nevascas em todo o país. O fenômeno, conhecido como ciclone bomba, interrompeu o fornecimento de energia elétrica de cerca de 1,7 milhão de americanos. Sem aquecimento, ao menos 49 pessoas morreram. Havia cinco décadas que não se via nada parecido. Quarenta e oito dos cinquenta estados americanos registraram temperaturas abaixo de zero. No Wyoming, os termômetros bateram em 41 graus negativos. Em Montana, a sensação térmica foi de 58 graus negativos. Em nenhum lugar, porém, a situação foi tão destrutiva quanto em Buffalo, segunda maior cidade do estado de Nova York, onde 27 moradores perderam a vida. No aeroporto, a neve chegou a 1,30 metro de altura. Sem visibilidade nas vias, até ambulâncias tiveram de ser resgatadas depois de ficarem presas na paisagem branca ao lado de inúmeros outros carros que precisaram ser abandonados. “É como ir a uma zona de guerra”, comparou a governadora do estado, Kathy Hochul. Embora a tempestade tenha começado a perder força no início da semana, as ameaças das mudanças climáticas seguem no horizonte. “Tempestades históricas não são mais históricas para nós”, resumiu Hochul, que nasceu em Buffalo e antevê um futuro marcado por eventos extremos.

Publicado em VEJA de 4 de janeiro de 2023, edição nº 2822

Fonte: Veja

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