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Volkswagen condenada a pagar multa de R$ 165 milhões por violações de trabalho escravo

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Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho escravo

A Volkswagen do Brasil foi condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho análogo à escravidão em sua fazenda no Pará, nas décadas de 70 e 80. Entenda o caso, os detalhes do processo e a posição da montadora.

Em um veredito histórico, a Justiça do Trabalho condenou a Volkswagen do Brasil a pagar uma indenização de R$ 165 milhões por danos morais coletivos. A decisão, proferida pela Vara do Trabalho de Redenção, no Pará, considera que a empresa submeteu trabalhadores a condições análogas à escravidão na Fazenda Vale do Rio Cristalino durante as décadas de 1970 e 1980, 

A ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) revelou um cenário de exploração brutal na fazenda, que na época pertencia à montadora alemã, conforme já havíamos noticiado aqui no Garagem360, com base na denúncia do Washington Post.


Jornadas exaustivas, dívidas e violência

Segundo o MPT, cerca de mil trabalhadores foram vítimas de condições desumanas. Eles eram forçados a jornadas exaustivas, viviam em alojamentos degradantes, sem acesso a água potável, e eram vigiados por seguranças armados.

Relatos de sobreviventes descrevem a prática de escravidão por dívida e violência física. Os trabalhadores, recrutados em cidades distantes, eram transportados para a fazenda para a derrubada da mata nativa, e impedidos de sair ou de se comunicar com suas famílias.

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Antiga estrada para a fazenda da Volkswagen – Foto: Rafael Vilela/ Washington Post 

Um dos depoentes, em seu relato, contou que: “Nós ficávamos num barracão de lona, fazíamos nossa comida, bebíamos água do córrego, com chuva e nós ficamos só lá no mato mesmo, no serviço. Não podíamos sair, nem comunicar com nossa família”.

Além da indenização milionária — a maior da história em casos de trabalho análogo à escravidão —, a sentença exige que a Volkswagen reconheça publicamente sua responsabilidade e peça desculpas às vítimas e à sociedade brasileira.

Leia aqui: O segredo sombrio da Volkswagen na Amazônia: Washington Post revela trabalho forçado

Foto: Rafael Garcia/ Washington PostFoto: Rafael Garcia/ Washington Post
Foto: Rafael Garcia/ Washington Post 

O que diz a Volkswagen

A empresa, em nota oficial, afirmou que “defende os princípios da dignidade humana” e que irá recorrer da decisão.

“A Volkswagen do Brasil informa que tomou conhecimento da decisão em primeira instância relacionada à investigação da Fazenda Vale do Rio Cristalino, mas seguirá sua defesa em busca de justiça e segurança jurídica nas instâncias superiores.

Com um legado de 72 anos, a empresa defende consistentemente os princípios da dignidade humana e cumpre rigorosamente todas as leis e regulamentos trabalhistas aplicáveis. A Volkswagen reafirma seu compromisso inabalável com a responsabilidade social, que está intrinsecamente ligada à sua conduta como pessoa jurídica e empregadora”.

O que você achou da decisão da Justiça? Acredita que a indenização é suficiente diante da gravidade do caso? Deixe sua opinião nos comentários.

Leia aqui: O segredo sombrio da Volkswagen na Amazônia: Washington Post revela trabalho forçado


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Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

Fonte: garagem360

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