O mercado da soja segue instável nesta quarta-feira (12 de novembro), com os preços reagindo de forma moderada na Bolsa de Chicago (CBOT) e produtores brasileiros ainda cautelosos em meio às incertezas climáticas. Em Lucas do Rio Verde (MT), o cenário reflete a combinação entre déficit hídrico, lentidão nas negociações internas e atenção ao relatório WASDE, que será divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Mercado físico ganha força em Lucas do Rio Verde
No Cenário Agro mato-grossense, os negócios permanecem limitados, mas o mercado físico voltou a mostrar ajuste positivo nas cotações, sustentado pela preocupação com a irregularidade das chuvas.
Em Lucas do Rio Verde, a saca de soja foi negociada a R$ 119,53, alta de 1,38% no comparativo diário, segundo dados da TF Agroeconômica. O mesmo movimento foi observado em Nova Mutum e Sorriso, com valorização semelhante, enquanto Rondonópolis registrou preço médio de R$ 122,43 por saca (+0,58%).
A sustentação dos preços se deve principalmente à percepção de que o déficit de umidade do solo continua sendo o principal fator de risco na região. Embora as últimas chuvas tenham melhorado as condições em algumas áreas do Médio-Norte mato-grossense, ainda há preocupação com a irregularidade das precipitações, especialmente em lavouras recém-semeadas.
O ritmo de comercialização segue lento, com produtores priorizando o avanço do plantio e evitando travar novos contratos até que o clima se estabilize. Consultorias locais avaliam que apenas uma pequena parcela da safra 2025/26 foi negociada até agora, o que demonstra cautela diante das variações cambiais e do comportamento externo dos preços.
Chicago avança, mas o mercado permanece em compasso de espera
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja registraram alta nesta quarta-feira (12), mas o movimento é considerado técnico e limitado. Os principais contratos subiam entre 3,25 e 5,25 pontos, com o janeiro/2026 a US$ 11,32 e o maio/2026 a US$ 11,52 por bushel. Veja mais!
Analistas internacionais apontam que o mercado deve continuar oscilando entre US$ 11,20 e US$ 11,60, até que o novo relatório WASDE seja divulgado. As expectativas giram em torno de cortes na produção e na produtividade da safra americana, o que poderia oferecer suporte adicional aos preços.
Por outro lado, a ausência de novas compras da China mantém o mercado internacional em ritmo lento. Mesmo com o dólar estável, a competitividade da soja brasileira nos portos do Arco Norte — que escoa parte significativa da produção de Lucas do Rio Verde — ainda limita as exportações americanas.
Produtores de Lucas do Rio Verde monitoram o clima
Em Lucas do Rio Verde, o ritmo do plantio vem melhorando após o retorno das chuvas no último fim de semana, mas a umidade do solo ainda é insuficiente em várias propriedades. Técnicos agrícolas recomendam prudência na operação de semeadura para evitar perdas de germinação.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o avanço do plantio no estado chega a cerca de 70% da área prevista, mas em regiões do norte e do leste o índice é menor, refletindo a irregularidade das chuvas.
Produtores da região relatam que, apesar do atraso inicial, o potencial produtivo segue preservado caso as precipitações se normalizem até o final de novembro.
Perspectivas e próximos passos
No curto prazo, o mercado tende a manter a volatilidade atual, com oscilações pontuais baseadas em dados climáticos e nas expectativas para o relatório americano. Caso o USDA confirme redução na oferta dos Estados Unidos, os preços podem ganhar impulso em Chicago e trazer melhores oportunidades de comercialização para os produtores de Lucas do Rio Verde e região.
Entretanto, se o relatório vier neutro e o clima brasileiro continuar favorável, o mercado deve seguir estável, com margens ajustadas e atenção voltada à logística e ao câmbio.
O Cenário Agro de Lucas do Rio Verde segue marcado por chuvas irregulares, pouca liquidez nas negociações e expectativa global. O momento é de monitoramento estratégico, com o produtor equilibrando paciência e planejamento enquanto o mercado aguarda novos direcionamentos do USDA.
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Fonte: cenariomt






