– O médico e vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), de 40 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada no domingo (1), no plantão judiciário. A decisão é do juiz Carlos Augusto Ferrari e o processo tramita sob segredo de Justiça.
Dr. Thiago, como é conhecido, foi detido no sábado (31) pela Polícia Civil de Mato Grosso durante uma operação que apura crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. As investigações, conduzidas pelo delegado Flávio Leonardo, apontam que o parlamentar mantinha uma adolescente em condição análoga à escravidão sexual, além de suspeitas de envolvimento em outros abusos, inclusive contra uma criança de 2 anos.
Além das acusações na esfera criminal, Thiago responde a uma Ação Civil Pública por enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário, proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE). A Promotoria sustenta que, quando atuava como médico da rede pública de saúde, o vereador não cumpria a carga horária exigida, embora recebesse o salário integralmente. O dano estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 36 mil, e o MP pede, entre outras penalidades, multa e indenização por danos morais coletivos.
Com a repercussão do caso, o Partido Liberal anunciou o afastamento imediato do vereador de todas as atividades partidárias e suspendeu sua filiação. A presidente do PL Mulher em Mato Grosso, Gislaine Yamashita, defendeu a expulsão do parlamentar e afirmou que as atitudes atribuídas a ele não condizem com os valores do partido. “Acredito que um cidadão desse nunca foi bolsonarista, nunca foi de direita e não deve permanecer no partido”, disse.
A relação próxima entre o vereador e o presidente estadual do PL, Ananias Martins de Souza Filho, também chamou atenção. Ambos participaram juntos de um evento político da direita em Canarana, um dia antes da prisão, ao lado de lideranças como o senador Wellington Fagundes e o deputado federal José Medeiros. Segundo apuração, Thiago seria considerado “sobrinho de consideração” de Ananias.
A Câmara Municipal de Canarana ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) também não apresentou posicionamento até o momento. As investigações seguem em andamento.
Fonte: odocumento