Várzea-grandense concorre a fertilização in vitro grátis em votação nacional após aborto e trombofilia

A várzea-grandense Fernanda Godoy, de 36 anos, vive uma corrida contra o tempo e contra as estatísticas. Casada há quase uma década, ela alimenta o sonho de ser mãe desde que se entende por gente, mas após anos de tentativas, exames e um aborto, descobriu que não poderá engravidar de forma natural. A última esperança está em uma votação popular: ela é uma das cinco finalistas de um projeto da ONG Gestar, que vai custear um tratamento completo de fertilização in vitro (FIV).

A votação termina nesta sexta-feira (25) e pode ser realizada através do link, basta preencher o campo de e-mail e selecionar o nome de Fernanda.
“Em 2022, descobri que estava grávida 14 dias antes do nosso casamento civil. Foi a surpresa mais linda da minha vida. Revelamos a notícia durante o jantar da cerimônia, foi uma noite emocionante e inesquecível”, relembra. A felicidade, no entanto, durou pouco. Com apenas sete semanas, Fernanda perdeu o bebê. O que veio depois foi uma maratona de diagnósticos: trombofilia, endometriose profunda, endometrioma e trompas obstruídas.
Com o sonho de ser mãe ainda pulsando, Fernanda se inscreveu no projeto “Sonho da Minha Vida”, promovido pela ONG Gestar. A proposta é simples: contar a própria história, passar por uma triagem da organização e, se selecionada, disputar com outras mulheres em uma votação pública.
“Achei essa ONG pesquisando, porque queria entender mais sobre a FIV. Era um mundo novo pra mim, nunca imaginei que teria que fazer tratamento para engravidar. Minha irmã tem dois filhos, tenho muitos parentes com filhos. Isso nunca passou pela minha cabeça”, conta.
Agora, ela disputa com outras quatro finalistas de diferentes estados do Brasil. Apenas uma delas será contemplada com o procedimento. A votação está aberta ao público na internet e segue até o fim do mês. Para Fernanda, mais do que um número, cada clique é a possibilidade real de realizar o maior sonho da sua vida.
“Acabei de sair da Univag, estou indo nas ruas, tentando sensibilizar as pessoas a me darem um voto. É muito simples votar, mas cada voto pode mudar a nossa história.”

Atualmente, uma FIV custa mais de R$ 50 mil por ciclo, segundo Fernanda, dependendo da clínica, da cidade e das necessidades específicas do casal.
O valor pode variar conforme uso de medicamentos hormonais, em torno de R$ 4 mil a R$ 7 mil por ciclo, exames e procedimentos adicionais, como biópsia embrionária ou congelamento de embriões, além de consultas médicas e acompanhamento.
É comum que mais de um ciclo seja necessário para que a gestação aconteça, o que eleva bastante o custo total. ONGs como a Gestar surgem como alternativa para quem tem esse sonho, mas não consegue arcar com os custos.