Em 31 de maio, o mundo celebra o Dia Mundial sem Tabaco, uma iniciativa global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre os perigos do tabagismo e impulsionar políticas públicas de redução do consumo de produtos derivados do tabaco. EmVárzea Grande, a data ganha destaque com a mobilização da Secretaria Municipal de Saúde em suas ações contínuas de combate a essa doença crônica.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para uma série de enfermidades graves, incluindo diversos tipos de câncer (boca, língua, laringe, faringe, pulmonar, estômago, fígado), além de doenças cardiovasculares e respiratórias. Por essa razão, o tratamento do tabagismo é uma prioridade de saúde pública e é ofertado de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).
Roseli Alves, coordenadora do Programa Controle de Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, explica que o objetivo do programa é reduzir a prevalência de fumantes e a mortalidade associada ao uso de tabaco, bem como prevenir o início do tabagismo entre crianças, adolescentes e jovens. “Nós da secretaria desenvolvemos um trabalho que pode ser individualizado ou em grupo e inclui avaliação clínica, abordagem e, quando indicado, sugerimos terapia medicamentosa”, comenta Roseli.
Para aqueles que desejam abandonar o hábito de fumar, o programa oferece apoio completo, incluindo o fornecimento de medicamentos como adesivos transdérmicos, gomas de mascar e pastilhas de nicotina. Também são disponibilizados medicamentos não nicotínicos que auxiliam no controle dos sintomas da abstinência, como ansiedade e depressão, tornando o processo de parar de fumar mais suportável.
Em uma parceria com o Consultório de Rua do município, equipes da Atenção Primária realizam palestras sobre tabagismo em casas de recuperação e apoio, aproveitando a oportunidade para oferecer testes rápidos de hepatite B e C, sífilis e HIV. “O nosso papel — da Atenção Primária — é esse, cuidar da saúde dos nossos munícipes. Estamos com uma crescente demanda de pacientes com síndrome respiratória em nossas unidades e precisamos conscientizar a população fumante sobre esse agravo”, frisou Marcio Frederico de Arruda, superintendente da Atenção Primária.
Várzea Grande conta com 17 unidades de saúde ativas na execução do Programa Nacional de Controle do Tabagismo: USF Cohab Cristo Rei, USF Água Limpa, USF Água Vermelha, USF Jardim Glória, USF Nossa Senhora da Guia, USF Vila Arthur, USF Manga, USF Construmat, USF Eldorado, USF Cabo Michel, USF Sana Izabel, USF Ouro Verde, USF São Mateus, USF Parque do Lago, USF Unipark, USF Souza Lima e USF 24 de Dezembro.
O cenário do tabagismo no Brasil e no mundo
Globalmente, o tabagismo é uma crise de saúde pública, responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano, sendo mais de 7 milhões de fumantes ativos e cerca de 1,2 milhão de pessoas expostas ao fumo passivo, conforme dados da OMS. Além dos graves impactos na saúde, o cigarro também degrada o meio ambiente, desde o cultivo do tabaco (que exige uso intensivo de agrotóxicos e desmatamento) até a produção e descarte de bitucas.
Apesar dos desafios, o Brasil tem se destacado no combate ao tabagismo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), políticas públicas eficazes, como a proibição da propaganda de cigarro, a inclusão de advertências gráficas nos maços e o aumento de impostos sobre produtos derivados do tabaco, resultaram em avanços significativos nas últimas décadas. Mesmo com esses progressos, cerca de 10% da população adulta brasileira ainda fuma regularmente, mostrando que a luta contra o tabaco continua sendo uma agenda prioritária.
Fonte: cenariomt