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Trump pressiona farmacêuticas americanas a baixarem preços de remédios: entenda a situação

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Empresas farmacêuticas de grande porte nos enfrentam nova pressão para reduzir custos de medicamentos, depois de receberem cartas do presidente Donald Trump em que exige cortes imediatos nos preços cobrados pelo Medicaid para remédios já existentes.

O presidente norte-americano também cobrou que futuros lançamentos tenham valores equivalentes aos praticados fora do país, mantendo esses patamares no mercado norte-americano.

Trump estipulou um prazo de 60 dias para as companhias adotarem as mudanças de forma voluntária.

Caso contrário, ameaçou recorrer “a todas as ferramentas do nosso arsenal para proteger as famílias norte-americanas de práticas abusivas de precificação de medicamentos”, conforme comunicado divulgado em sua rede social, segundo a reportagem.

Pressão de Trump impactou mercado financeiro

O impacto das cobranças refletiu no mercado financeiro, com o registro de queda de 2,7% do índice S&P 500 Pharmaceuticals.

As ações da Merck e da Bristol-Myers Squibb lideraram as perdas, enquanto papéis da Eli Lilly recuaram 2,6%, e os da AbbVie também apresentaram desvalorização em Nova York.

O setor farmacêutico argumenta que alinhar preços com padrões internacionais pode prejudicar a liderança dos EUA em pesquisa biomédica, frear a inovação e limitar o acesso a novos tratamentos.

Executivos sugerem que o governo concentre esforços nos intermediários da cadeia, como gestores de benefícios farmacêuticos, responsáveis por negociar valores com empresas.

Depois do anúncio, algumas farmacêuticas demonstraram disposição em colaborar para ampliar o acesso e a acessibilidade dos medicamentos, mas a principal associação do setor adotou posicionamento crítico.

“Importar controles de preços estrangeiros enfraqueceria a liderança norte-americana, prejudicando pacientes e trabalhadores”, afirmou Alex Schriver, porta-voz da .

Schriver também defendeu medidas contra intermediários do mercado e países que, segundo ele, não contribuem de forma justa.

Ele alertou para o risco de a China ultrapassar os Estados Unidos em liderança biofarmacêutica, preocupação que Trump também já manifestou.

“No momento em que a China ameaça ultrapassar os EUA na liderança biofarmacêutica, precisamos garantir que a América continue sendo o melhor lugar do mundo para desenvolver medicamentos inovadores”, disse Schriver.

Trump assinou ordem semelhante no primeiro mandato

Em seu primeiro mandato, Trump já havia assinado ordem executiva semelhante, mas a iniciativa foi barrada na Justiça.

Analistas do setor avaliam que a efetivação dessas novas medidas ainda é improvável.

“Apesar do impacto do anúncio, ainda achamos improvável que a administração Trump consiga implementar essas medidas”, disse Evan Seigerman, analista do BMO Capital Markets.

Segundo ele, em alguns casos, Trump “provavelmente não tem base legal” para cumprir tais promessas.

Nas cartas às farmacêuticas, enviadas na quinta-feira 31, Trump destacou que poderia usar a política comercial dos EUA para ajudar farmacêuticas a negociarem preços mais altos no exterior, desde que o benefício fosse revertido em descontos para consumidores norte-americanos.

O presidente norte-americano também cobrou que remédios amplamente utilizados sejam vendidos diretamente aos pacientes, com descontos equivalentes aos que são repassados a seguradoras.

Não está definido se as exigências de Trump resultarão em queda efetiva dos custos para os consumidores.

As propostas concentram-se, em grande parte, em medicamentos lançados recentemente, segmento no qual os descontos já são obrigatórios para participação no Medicaid.

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Respostas do setor e perspectivas futuras

Apesar da resistência, alguns sinais de mudança aparecem no setor. O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, admitiu que o atual modelo de negócios é insustentável.

Enquanto isso, AstraZeneca, Amgen, GSK e Regeneron Pharmaceuticals não se pronunciaram.

A Lilly informou que analisa o conteúdo da carta; a Novo declarou foco em ampliar o acesso; a Pfizer disse estar trabalhando em parceria com Congresso e a Casa Branca; e a Merck KGaA se declarou aberta ao diálogo com o governo dos EUA.

Trump reforçou que as farmacêuticas precisam garantir um “alívio imediato” diante dos “preços inflacionados de forma absurda”, conforme trecho em carta direcionada ao CEO da Lilly, Dave Ricks, e publicada em sua rede social.

Fonte: revistaoeste

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