Durante discurso realizado diante de empresários do setor de tecnologia nesta quarta-feira, 24, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump detalhou a imposição de tarifas a diversos países, como o Brasil.
As tarifas variam entre 15% e 50%, a depender da relação comercial e diplomática entre os países e os EUA. Segundo Trump, “temos 15% para alguns países e 50% porque não temos nos dado muito bem com esses países”.
O presidente relatou acordos com o , Filipinas, Indonésia, China e Reino Unido. No caso japonês, detalhou que “tivemos uma tarifa de 25%, e concordamos em reduzi-la para 15% com base no fato de que o Japão concordou, pela primeira vez, em abrir seu país para o comércio”.
Ao falar sobre a política tarifária de maneira mais ampla, Trump destacou que “não dá para negociar acordos com todos os 200 países, é muita coisa”, avaliou. “Mesmo para alguém como eu, viciado em acordos, isso é demais. Então teremos uma tarifa direta e simples.”
O presidente afirmou que o objetivo principal dessas medidas é promover a abertura de mercados externos para empresas norte-americanas. “A abertura de um país pode ser mais importante que a tarifa, se nossas empresas fizerem o trabalho que devem fazer”, disse. Ele acrescentou que os EUA estão recebendo investimentos “como nunca antes”.
Trump também comentou a atuação dos EUA em fóruns internacionais. Sobre a União Europeia, relatou que, “se eles concordarem em abrir o bloco para empresas norte-americanas, poderão pagar uma tarifa mais baixa”. A negociação com a China, segundo ele, está “em processo de conclusão”.
Entenda a tarifa de 50% mencionada por Trump
A imposição da tarifa norte-americana de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciada por Trump em 9 de julho, quando o presidente divulgou uma carta direcionada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No texto, ele menciona o processo contra Bolsonaro e critica o Supremo Tribunal Federal por medidas que considera , em referência às ações contra plataformas de redes sociais. O aumento da tarifa foi descrito como uma resposta à “hostilidade brasileira”, e, embora tenha motivação política, atinge diretamente o setor produtivo nacional.

Em reação, Lula prometeu medidas proporcionais e citou a Lei de Reciprocidade Econômica. Em nota, afirmou: “qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”.
A nova tarifa tem potencial de impactar exportadores brasileiros, principalmente dos setores agroindustrial e metalúrgico. O governo brasileiro levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e alegou que se trata de “tarifas arbitrárias anunciadas de forma caótica”.
Fonte: revistaoeste