De acordo com informações veículadas nos últimos dias, Trump teria exigido da China quadruplicar a compra de soja no acordo entre as duas potências, o que poderia prejudicar as vendas de soja do Brasil para Pequim.
Contudo, para o presidente da Aprosoja, há dois motivos principais para que o desejo de Trump não seja concretizado: a falta de interesse dos produtores americanos e o fato de que a China prioriza a importação de grãos.
“Mesmo o Trump querendo, os Estados Unidos não conseguem atender esse mercado e eu acredito que nem os produtores de lá [Estados Unidos] queiram, já que eles têm um consumo interno muito grande”, explicou durante entrevista nesta quinta-feira (14), na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), durante o “Seminário Justiça Territorial – Respeito aos direitos civis nos processos de demarcação de terras indígenas”.
“A China é importadora de produtos primários. Ela não quer farelo, ela não quer óleo, ela quer grão. E, nesse ponto, o Brasil está em vantagem. Ou seja, nós conseguimos exportar, não é à toa que hoje, é claro, o Brasil esmaga um terço da sua produção, dois terços nós exportamos e a maior parte da exportação da soja brasileira vai para a China.
Ele disse ainda que é legítimo o presidente Donald Trump defender o país dele. Porém, diz que em 2019, o próprio Trump deu uma grande oportunidade ao Brasil na primeira guerra comercial com o país asiatico.
E ressaltou também que a taxação dos EUA imposta à China à época permitiu ao Brasil aumentar as exportações para o mercado chinês.
“Enquanto os americanos tinham a taxação por parte da China, ou seja, a soja deles não era competitiva, eles evoluíram para industrializar dentro do país. Então, hoje, os Estados Unidos, ele tem e sempre teve como primeira cultura o milho, a soja plantada como rotação de cultura”.
Fonte: Olhar Direto