As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos entraram em vigor nesta quarta-feira, 9, aprofundando a tensão entre Washington D.C. e Pequim. O presidente Donald Trump elevou as taxas sobre produtos chineses para 104%, dobrando a cobrança aplicada na semana anterior. A medida influencia dezenas de países e acendeu o alerta nos mercados financeiros.
A resposta global veio de imediato. O índice registrou sua pior sequência de perdas desde a sua criação, na década de 1950. Com as quedas recentes, o mercado norte-americano se aproxima do patamar técnico de bear market — uma retração de 20% em relação à máxima anterior.
A turbulência já pressiona os títulos considerados mais seguros no mercado internacional. Ativos tradicionais, como bônus de referência, sofrem com vendas forçadas e fuga de capital. Investidores buscam proteção diante de um cenário imprevisível.
Na Europa, as bolsas caíram, e os futuros norte-americanos apontavam para nova rodada de perdas. Na Ásia, o pessimismo também dominou os pregões, com exceção da China. O regime chinês interveio nos mercados para conter a sangria e apoiar os principais índices.
O convocou uma reunião emergencial para definir medidas de estímulo. A ideia é preservar a estabilidade econômica e reduzir os impactos do confronto com os Estados Unidos. A decisão acontece horas depois do anúncio das novas tarifas.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da China reagiu com dureza. O porta-voz Lin Jian acusou os EUA de praticarem intimidação e prometeu resistência. Segundo ele, Pequim não pode aceitar pressões e deve manter firme sua posição nas negociações comerciais.
Além da retaliação verbal, o Banco Central da China tomou providências para conter a desvalorização do yuan. A instituição solicitou que grandes bancos reduzissem a compra de dólares. A moeda chinesa vem sofrendo pressão de queda desde o início da escalada tarifária.
Índia e Nova Zelândia cortam taxas de juros para amortecer o impacto das tarifas
Na tentativa de amortecer o impacto, os bancos centrais da Índia e da Nova Zelândia cortaram as taxas de juros. O movimento pode indicar uma tendência global de flexibilização monetária. A Polônia também estuda reduzir os juros diante da deterioração do cenário externo.
Apesar das perdas, Trump manteve o discurso combativo. Em evento na Casa Branca, afirmou que as tarifas são permanentes, mas sinalizou possível abertura para negociações. Segundo ele, vários países já demonstraram interesse em acordos bilaterais.
O republicano disse acreditar que a China também deve buscar uma saída negociada. O governo norte-americano agendou conversas com o Japão, a Coreia do Sul e o Vietnã. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, deve se reunir com Trump na próxima semana.
Enquanto os EUA endurecem o tom, economias desenvolvidas sentem os reflexos da instabilidade. O ministro das Finanças da Alemanha, Joerg Kukies, alerta para o risco de recessão. Estimativas do banco JP Morgan indicam 60% de risco de contração global até o fim do ano.
Fonte: revistaoeste