Donald Trump afirmou nesta sexta-feira, 18, que os EUA vão abandonar o papel de mediador de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia se não houver um avanço nas negociações. A declaração repetiu a fala do secretário de Estado, Marco Rubio, que horas antes havia sinalizado que a Casa Branca encerraria seus esforços diplomáticos se não julgasse possível alcançar avanços nos próximos dias.
“Não tenho um número específico de dias, mas queremos fazer isso rápido (fechar um acordo)”, disse Trump, em declarações na Casa Branca. “Se, por alguma razão, uma das duas partes dificultar muito, vamos simplesmente dizer: ‘Vocês são tolos. Vocês são pessoas horríveis’. E vamos seguir em frente.”
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Em Paris, depois de um dia de negociações com diplomatas europeus e ucranianos, Rubio disse que o governo norte-americano deveria “determinar nos próximos dias” se uma trégua na guerra é ou não viável. A conclusão seria decisiva para a continuidade do envolvimento de Washington no diálogo. “Se não for possível acabar com a guerra na Ucrânia, precisamos seguir em frente. Os EUA têm outras prioridades”, afirmou.
Não ficou claro se a declaração de Rubio se referia a uma saída dos EUA dos esforços para alcançar um cessar-fogo de 30 dias entre Rússia e Ucrânia ou se o país abandonaria completamente os compromissos com os ucranianos.
Trump e J.D. Vance demonstram otimismo com acordo entre Ucrânia e Rússia
Trump, apesar de ter dito que não se prolongaria na campanha pelo fim do conflito, demonstrou mais otimismo que Rubio e disse que acreditava haver “uma boa chance” de se chegar a um acordo entre Rússia e Ucrânia.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, que foi passar a Páscoa na Itália, afirmou que está confiante em um acordo. “Quero atualizar a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, sobre algumas das negociações entre Rússia e Ucrânia, e também sobre alguns acontecimentos nas últimas 24 horas”, disse Vance, antes de um encontro com a premiê italiana. “Não vou prejulgar, mas estamos otimistas de que podemos encerrar esta guerra.”

As declarações dos EUA aumentam a pressão sobre Moscou e Kiev para aceitar um acordo, especialmente sobre os ucranianos, que precisam do apoio norte-americano para manter a resistência aos russos.
O objetivo da Casa Branca é criar um senso de urgência também para que os europeus pressionem o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a reduzir suas exigências.
“Reino Unido, França e Alemanha podem nos ajudar a fazer as coisas avançarem e nos aproximarmos de uma resolução. Achei as ideias deles muito úteis e construtivas”, disse Rubio. “De nossa parte, estaremos prontos para ajudar quando vocês (europeus, ucranianos e russos) estiverem prontos para a paz, mas não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses.”
Cessar-fogo
De acordo com Rubio, Trump passou 87 dias liderando esforços para acabar com a guerra. Inicialmente, o presidente norte-americano deu 100 dias para que seus enviados alcançassem esse objetivo. O secretário de Estado disse que chegou o ponto em que é preciso determinar “se isso (acordo de paz) é sequer possível”.
Em uma resposta direta aos comentários de Rubio, o Kremlin sinalizou que não tinha pressa para um cessar-fogo, repetindo a mesma mensagem de Moscou durante todas as tentativas de Trump de encerrar a guerra.
Redação , com informações da Agência Estado
Fonte: revistaoeste